postado em 12/07/2019 04:21
O ritmo das vendas do comércio varejista foi reduzido pela segunda vez seguida. De acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), de julho, divulgada ontem pelo Instituto de Geografia e Pesquisa (IBGE), houve recuo de 0,1% na passagem de abril para maio. De março para abril, o setor já havia tido uma queda de 0,4%.
Houve ganho acumulado de 0,7% nos cinco primeiros meses do ano e, em 12 meses, o avanço passou de 1,4% em abril para 1,3% em maio, o que reforça o cenário de economia estagnada com baixa demanda e alto índice de desemprego.
Duas categorias apresentaram recuo: comércio automotivo (-2,1%) e de materiais de construção (-1,8%). Em contrapartida, outras seis das oito atividades do varejo registraram aumento: hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,4%); tecidos, vestuário e calçados (1,7%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,9%) e móveis e eletrodomésticos (0,6%). Também registraram crescimento o setor de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (2,2%) e livros, jornais, revistas e papelaria (0,4%).
O coordenador de Sondagem do Comércio da Fundação Getúlio Vargas, Rodolpho Tobler, atribui o desempenho à falta de crescimento da renda. ;Temos observado que o setor como um todo foi bem fraco. Não houve nenhum crescimento expressivo. É frustrante, pois no final de 2018 a expectativa era de que o crescimento fosse um pouco mais forte, mas estamos em sinal amarelo e a expectativa ainda é de lentidão em meio a um cenário de instabilidade;, diz.
Apesar dos números, analistas estão otimistas quanto ao risco de recessão técnica, que acontece quando o Produto Interno Bruto (PIB) é negativo em dois trimestres, já que houve retração da atividade nos primeiros três meses. Para o economista Flávio Calife, da Boa Vista, o momento é de estagnação, mas não de recuo. ;Temos que considerar que, na comparação anual, este período, em relação ao ano passado, teve greve dos caminhoneiros. Por isso, o índice não é tão significativo;, analisa.