Economia

Bolsa aos 100 mil, vale a pena investir?

Interessados na valorização da B3 devem ter em mente que há risco. Aplicar no mercado de ações exige paciência, pois o ganho vem a longo prazo

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 14/07/2019 04:26
Interessados na valorização da B3 devem ter em mente que há risco. Aplicar no mercado de ações exige paciência, pois o ganho vem a longo prazo

O tão esperados 100 mil pontos da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) demoraram mas chegaram. E a expectativa é de que aprovada a reforma da Previdência, e com o avanço da agenda econômica do governo Bolsonaro, esse patamar se mantenha ou cresça. Mas, para aplicar no mercado de ações, é preciso prestar atenção, que existe risco. É um investimento com retorno variável e de longo prazo.

Hoje, no Brasil, segundo dados da B3, mais de um milhão de pessoas físicas têm aplicações em papéis de empresas, um número recorde. Desde o início do ano, o volume diário de negócios no pregão da bolsa paulista ficou em R$ 13,9 milhões, em média, o que representa mais de 50% de aumento desde 2015.

Com o interesse crescente pelas ações e a valorização dos papéis das empresas negociadas no pregão, o Ibovespa ; principal índice da B3 ; bateu recorde, tendo chegado a marcar 106 mil pontos ao longo da semana passada. Na última sexta-feira, o indicador, depois de um movimento de acomodação, fechou em 103.903 pontos.

Em momentos de alta como o atual, muitos costumam ficar afoitos para investir na bolsa, acreditando que o resultado virá de forma rápida e fácil. Todavia, o primeiro passo para começar a investir em ações é, justamente, mudar o pensamento de ;dinheiro fácil, agora;. Tradicionalmente, o brasileiro gosta de ter retorno financeiro no momento, sem pensar em rentabilidade futura.O investimento em ações, contudo, demanda paciência, e não é indicado para quem não gosta de correr riscos.

Para João Victor Beze, sócio-fundador da Voga Invest, é em momentos de euforia que as pessoas cometem o primeiro erro com o investimento. O entusiasmo com a bolsa em alta faz os iniciantes entrarem no mercado o mais rápido possível, devido à impaciência de esperar o retorno, e venderem as ações ao primeiro sinal de queda, com medo de não terem mais sucesso. Esse comportamento errático, no entanto, gera perda e desânimo, o que leva o potencial investidor a desistir da bolsa.

;Geralmente, se o valor dos papéis está caindo, o primeiro impulso é de desfazer deles. Mas é o contrário, você tem que ter paciência e, se tiver convicção de que se trata de uma ação de qualidade, comprar mais. Quanto mais a cotação cai, mais você compra, porque a ação está barata;, diz Beze.

Nunca é demais lembrar: investir na bolsa é um jogo de paciência e para quem tem propensão ao risco. Durante boa parte de 2018, por exemplo, o Ibovespa ficou negativo, mas compensou a perda no fim do ano. Em maio, por exemplo, o índice chegou a acumular perda de 10,87%, porém fechou o ano com valorização de 15%. ;Assim, quem teve paciência ganhou dinheiro, e quem foi impaciente vendeu as ações antes da alta, perdeu dinheiro e amargou o prejuízo;, lembra o especialista.

* Estagiária sob supervisão de Rozane Oliveira

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