Economia

Economia volta a crescer em maio após quatro quedas seguidas, diz BC

Autoridade monetária divulgou alta de 0,54% no IBC-Br, indicador da atividade econômica considerado uma prévia do PIB do país.

Simone Kafruni
postado em 15/07/2019 10:44
Banco Central Pela primeira vez no governo de Jair Bolsonaro, a economia do Brasil acena com uma leve reação e cresce 0,54% em maio. O dado é do Banco Central (BC), que divulgou nesta segunda-feira (15/7), o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Após quatro quedas consecutivas, o indicador registrou uma tímida alta de 0,54% na comparação com abril.

Segundo a autoridade monetária, o primeiro índice positivo do ano foi calculado com ajuste sazonal. Antes de maio, apenas em dezembro do ano passado o IBC-Br registrou alta, de 0,15%. Em janeiro, houve queda de -0,05%. Em março, o recuo foi de -0,28% e, e em abril, o índice foi de -0,32%.

Na comparação com o maio de 2018, a expansão foi de 4,4%. Em 12 meses até maio, o crescimento verificado foi de 1,31%. Nessas comparações, não há ajuste sazonal, segundo o BC. Apesar do leve aumento, a expectativa para o crescimento do PIB vem encolhendo. Na semana passada, o próprio governo revisou para baixo a sua estimativa. O Ministério da Economia reduziu a previsão de crescimento para o ano de 1,6% para 0,81%. Para 2020, a projeção saiu de 2,5% para 2,2%.


Repercussão


Para a consultoria Rosenberg e Associados, o IBC-Br veio em linha com a mediana das expectativas do mercado e compensou parte da perda de 1,6% acumulada nos quatro meses anteriores. ;Com isso, houve recuperação da média móvel de três meses, que ainda continua no terreno negativo;, ressaltou. O acumulado em 12 meses avançou de 0,7% em abril para 1,31% em maio, o melhor resultado desde novembro de 2018. ;O bom resultado corrobora a expectativa de leve crescimento do PIB no segundo trimestre do ano.;

Na comparação anual, o crescimento de 4,4% foi o melhor desempenho desde fevereiro de 2014. No entanto, alertou Alberto Ramos, do Goldman Sachs, o dado reflete o ;baixo efeito de base devido às perturbações causadas há um ano por uma greve de caminhoneiros de 11 dias;. Para ele, de acordo com a série mensal do IBC-Br, o PIB real ainda está 7,9% abaixo do pico do ciclo de dezembro de 2013 e apenas 3,6% acima do pico cíclico de dezembro de 2016, ;tornando-se a recuperação cíclica mais fraca já registrada;.

Pelos cálculos do economista-chefe do Itaú, Mario Mesquita, o PIB mensal avançou 0,3% em maio ante abril com ajuste sazonal. ;Na comparação anual, cresceu 4,1%. Pela ótica da demanda, o consumo das famílias avançou 0,4%, enquanto o investimento ficou virtualmente estável. Para junho, projetamos, por ora, queda de 0,9% do PIB mensal Itaú;, afirmou.

A alta de 0,54% surpreendeu positivamente o mercado, conforme o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Pedro Paulo Silveira. ;A mediana das expectativas era de 0,50% e a média de 0,38%. Com esse dado positivo, o segundo trimestre acumula queda de 0,57% em relação ao primeiro e atenua as preocupações em relação a uma forte desaceleração;, avaliou.

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