Economia

Governo diz que ''três ou quatro'' aéreas low cost querem atuar no país

No balanço dos 180 dias do Ministério da Infraestrutura, ministro Tarcísio Gomes de Freitas garante que %u201Ctrês ou quatro%u201D companhias aéreas de baixo custo miram o mercado brasileiro

Simone Kafruni
postado em 15/07/2019 18:09
avião no cél azul

Ao apresentar o balanço dos 180 dias do Ministério da Infraestrutura, o ministro Tarcísio Gomes de Freitas, disse, nesta segunda-feira (15/7), que o preços das passagens aéreas devem cair a partir de setembro. Segundo ele, isso vai ocorrer a partir de dois movimentos no setor: a chegada de novas aeronaves para empresas aéreas que já atuam no país e a entrada de novas operadoras low cost, como são chamadas as companhias de baixo custo.

;Entre três e quatro empresas low cost estão em conversas com o governo, interessados em atuar no nosso mercado. Até serem operacionais há um caminho. Deve levar entre seis e oito meses. Mas já estão tratando com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), afirmou. A espanhola Globalia, dona da Air Europa, que já anunciou que vai operar no Brasil, deve começar a voar no segundo semestre de 2020, conforme o ministro.

Segundo Pettersom Paiva, presidente e cofundador do Voopter, plataforma brasileira de comparação de passagens aéreas, as outras companhias a que o ministro se refere podem ser: a chilena Sky Airline: Norwegian, da Noruega; e a FlyBond, primeira companhia low cost da Argentina. ;Mas é importante destacar que elas vão operar voos internacionais e não domésticos;, ressaltou Paiva. O ministro admitiu que as entrantes devem começar a operar no Brasil com voos internacionais, mas devem oferecer rotas domésticas depois de conhecer o mercado.

Paiva destacou que há muito espaço no mercado brasileiro. ;Esperamos que as low cost realmente entrem no país, mas não é simples a distribuição de slots domésticos;, alertou. Slots são as vagas nos aeroportos para operação de decolagem ou pouso de uma aeronave. ;Basta ver o que ocorreu na distribuição dos slots da Avianca;, comentou o especialista.

Durante o balanço, o ministro explicou que a Anac quer revisar as regras em vigor. ;Vamos atuar para desconcentrar o mercado e favorecer a competição;, garantiu. Freitas acrescentou que é preciso atuar na desregulamentação do setor e na redução do preço dos combustíveis, que têm alíquotas de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) diferentes em cada estado.

Barreiras

;A gente ainda vê barreiras de entrada importantes no mercado. A dupla taxação é uma delas. Mas outros obstáculos foram superados, com a lei de céu aberto, por exemplo;, comentou Paiva. Se a companhia norueguesa entrar nas operações domésticas vai elevar a qualidade do serviço. ;A empresa oferece internet gratuita em qualquer categoria de bilhete;, destacou.

De acordo com Paiva, as empresas low cost ensinaram o setor a ser eficiente. ;As margens são mínimas, de 2% a 3%, com muita pressão sobre o serviço. Além disso, hoje todas as companhias estão oferecendo o mínimo;, ressaltou.

O especialista reconheceu que há muitas rotas regionais para serem exploradas no país. Para o ministro da Infraestrutura, a concessão de aeroportos em blocos, embutindo o osso junto com o filé, fará as operadoras dos terminais oferecerem condições melhores em aeroportos menores, ampliando o número de rotas e voos, com redução de custo.

Paiva alertou, contudo, que, enquanto a oferta estiver reprimida, não haverá redução no valor das passagens aéreas. ;O preço é o fator mais importante para decisão de compra. Bem depois é que vêm escalas e horários de voos. Espero que o ministro tenha razão e os valores possam mesmo cair;, disse Paiva.

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