Economia

Ibovespa zera ganhos e dólar tem alta, de olho na Previdência

O principal índice da B3 fechou o dia com saldo negativo de -0,10%, com 103.803 pontos

Rafaela Gonçalves*
postado em 16/07/2019 19:53
O principal índice da B3 fechou o dia com saldo negativo de -0,10%, com 103.803 pontos
Em compasso de espera com a votação do segundo turno da Reforma da Previdência na volta do recesso parlamentar, o Ibovespa, principal índice da B3, zerou ganhos da semana passada operando o dia com volatilidade. A segunda-feira (15/7) foi marcada pelo dia de vencimento de opção sobre ações, o que aumentou a oscilação de papéis líquidos que compõem o índice, fazendo o índice fechar com saldo negativo de -0,10%, com 103.803 pontos.

O índice da Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) avançou 0,52% em maio, ante abril. É o primeiro resultado positivo em quatro meses, no índice que encerrou o trimestre em maio com acúmulo de 0,99% de queda, mas o resultado não foi não altera a evidência da retomada da atividade econômica nacional lenta. O analista da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman, leva em consideração a boa margem que mostra compromisso em levar a votação da reforma para frente. ;Vimos uma movimentação mais lateral, o mercado amanheceu animado pelo otimismo com a previdência, mas o fato do dia dos vencimentos de opções e o cenário externo negativo puxou para baixo e índice;.

Depois de diversa quedas o dólar voltou a subir, com ganho de %2b0,48% fechando a R$ 3,76. No mercado exterior, impactaram os dados do Produto Interno Bruto (PIB) Chinês, que registraram o menor ritmo em 27 anos com crescimento de 6,3% no segundo trimestre do ano. ;O resultados foram bons, mas se tratando de China não é o melhor dos dados e por causa da maior apreensão global o dólar subiu. Mesmo com dois parâmetros importantes para a nossa bolsa, que é o petróleo em alta e minério de ferro também crescendo por conta da China, o fato de vencimento e cenário externo mais duro fez com que não conseguimos virar o resultado negativo;, disse Arbetman.

Focus

Pela 20; semana seguida o Relatório de Mercado Focus, divulgado pelo Banco Central, prevê a redução no crescimento para a economia para 2019. A progressão do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 0,82% para 0,81% e a de inflação foi elevada, passando de 3,80% para 3,82%. O levantamento resultado da análise de mais de 100 instituições financeiras se iguala a à previsão oficial do governo, onde o Ministério da Economia reduziu na última sexta-feira (12) a previsão de crescimento para o ano de 1,6% para 0,81%.

O pesquisador sênior da área de Economia Aplicada da Fundação Getúlio Vargas, Marcel Balassiano, considera a inflação a medida mais positiva dois últimos anos. ;Subiu um pouco, mas nada relevante. Estamos consideravelmente abaixo da meta e não é um problema grave para o Brasil, desde que as expectativas dos prazos mais a frente sejam ancoradas;. Apesar das projeções de crescimento decrescentes, o pesquisador não acredita em uma recessão técnica, que acontece quando o PIB é negativo em dois trimestres seguidos. ;A chance é baixa, temos mais um país estagnado, a recuperação é lenta e gradual;, acrescenta.

No relatório, os analistas do mercado financeiro mantiveram previsão da Selic para o final deste ano, com expectativa de que a taxa básica de juros encerre em 5,50%. Para o fim de 2020, a estimativa dos economistas para a Selic também se manteve em 6% ao ano. Também foi reduzida a previsão de crescimento do PIB para 2020, que passou de 2,20% para 2,10%, enquanto a previsão de inflação para o próximo ano caiu de 3,91% para 3,90%. Já para 2021 a previsão do PIB foi mantida em 2,5% com uma inflação de 3,75%.

;O mais impactante não é necessariamente o número do PIB, o significativo é que há cinco meses o mercado vem revisando para baixo as expectativas de crescimento para esse ano, e para os próximos também uma redução pequena. Mas por outro lado as perspectivas no mercado financeiro estão bem mais positivas que o cenário de fraqueza atual, a aprovação do primeiro turno da Previdência dá um destaque positivo a essa perspectiva mais favorável no médio prazo, tendo em vista que o maior problema macroeconômico atual é o déficit fiscal;, analisa o pesquisador.

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