postado em 16/07/2019 04:23
Pela primeira vez no governo de Jair Bolsonaro, a economia do Brasil acena com uma leve reação e cresce 0,54% em maio. O dado é do Banco Central (BC), que divulgou ontem o chamado Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Após quatro quedas consecutivas, o indicador registrou uma tímida alta de 0,54% na comparação com abril.
Segundo a autoridade monetária, o primeiro índice positivo do ano foi calculado com ajuste sazonal. Na comparação com o maio de 2018, a expansão foi de 4,4%. Em 12 meses até maio, o crescimento verificado foi de 1,31%. Nessas duas comparações, não há ajuste sazonal, conforme o BC.
Apesar do leve aumento, a expectativa para o crescimento do PIB vem encolhendo. Na semana passada, o próprio governo revisou para baixo a estimativa. O Ministério da Economia reduziu a previsão para o ano de 1,6% para 0,81%. Para 2020, a projeção caiu de 2,5% para 2,2%.
Repercussão
Para a consultoria Rosenberg e Associados, o IBC-Br veio em linha com a mediana das expectativas do mercado e compensou parte da perda de 1,6% acumulada nos quatro meses anteriores. ;Com isso, houve recuperação da média móvel de três meses, que ainda continua no terreno negativo;, ressaltou. O acumulado em 12 meses avançou de 0,7% em abril para 1,31% em maio, o melhor resultado desde novembro de 2018. ;O bom resultado corrobora a expectativa de leve crescimento do PIB no segundo trimestre do ano.;
Na comparação anual, o crescimento de 4,4% foi o melhor desempenho desde fevereiro de 2014. No entanto, alertou Alberto Ramos, do Goldman Sachs, o dado reflete o ;baixo efeito de base devido às perturbações causadas há um ano por uma greve de caminhoneiros de 11 dias;.
Pelos cálculos do economista-chefe do Itaú, Mario Mesquita, o PIB mensal avançou 0,3% em maio ante abril com ajuste sazonal. ;Na comparação anual, cresceu 4,1%. Pela ótica da demanda, o consumo das famílias avançou 0,4%, enquanto o investimento ficou virtualmente estável. Para junho, projetamos, por ora, queda de 0,9% do PIB mensal Itaú;, afirmou.
A alta de 0,54% surpreendeu positivamente o mercado, conforme o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Pedro Paulo Silveira. ;A mediana das expectativas era de 0,5% e a média de 0,38%. Com esse dado positivo, o segundo trimestre acumula queda de 0,57% em relação ao primeiro e atenua as preocupações em relação a uma forte desaceleração;, avaliou. (SK)