Paula Pacheco
postado em 18/07/2019 06:00
São Paulo ; Entre as fontes de energia renovável, a solar tem se mostrado uma das mais atraentes no Brasil. Dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) mostram que o país conta com cerca de 2.000 megawatts (MW) em usinas de geração já em operação ; o equivalente para atender à necessidade de consumo de aproximadamente 3 milhões de pessoas.
De 2014 até agora, ainda segundo a entidade, os investimentos privados ultrapassaram os R$ 10 bilhões. Novos projetos, com conclusão prevista até 2022, devem adicionar outros 1.700MW, ou seja, a energia a partir dessa fonte praticamente vai dobrar dentro de três anos.
O Itaú Unibanco decidiu estudar de perto o assunto e agora vem ampliando seus projetos na área por meio da geração distribuída de energia solar. O banco tem cerca de 400 agências em Minas Gerais ; em parte por conta da aquisição do mineiro Bemge, em 1998 ; e começou por esse estado seus investimentos. Primeiro, por meio do arrendamento de parte de uma fazenda solar em Jaíba, pertencente à GreenYellow. Agora, passa a arrendar 100% de uma nova fazenda, em Brasília de Minas.
Francisco Vieira, diretor do Itaú Unibanco, conta que o modelo adotado é o da geração distribuída. A fazenda produz energia elétrica a partir da captação e da conversão da fonte solar e ;joga; no sistema de distribuição da Cemig. O banco começou arrendando parte da fazenda solar, que atende outros clientes, com produção de 1MW, passando a 2MW no início do ano. De janeiro a maio, a economia foi de 9% em gastos com energia nas agências e a compensação de consumo de energia chegou a 30%.
Projeto
O Itaú encomendou um novo projeto para a GV Solar, dona da unidade de Jaíba, e passa a ser o único a arrendar a nova usina, com capacidade total de 5MW. Assim que for concluída a interligação da fazenda solar com a rede da Cemig, a energia passa a ser disponibilizada. Será o suficiente para abater o consumo de cerca de 200 agências, em 133 cidades ; ou seja, praticamente a metade (45%) das unidades bancárias que o Itaú tem em Minas. De acordo com Vieira, o banco poderá negociar com a GV Solar e usar das duas usinas. Isso vai depender da disponibilidade da empresa e se houver agências de baixa tensão para consumir.
;O desconto dado pela Cemig na conta é proporcional à energia gerada. Nesse caso, é usada apenas a baixa tensão. Mas a motivação não é financeira e sim o fato de ser uma fonte renovável. Queremos dar o exemplo como grande empresa. Por outro lado, esse investimento serve como seguro tarifário e dá maior previsibilidade quanto a possíveis aumentos na conta;, explica Vieira.
Até 2020, o Itaú Unibanco estuda ampliar o projeto em Minas Gerais. Agora, há estudos avançados para a adoção de energia solar no estado de São Paulo e uma pesquisa ainda inicial para expandir também para o Rio de Janeiro.