postado em 18/07/2019 04:05
Com mais clientes corporativos, como o Itaú, buscando formas de ampliar o abastecimento por meio de fontes renováveis, também a indústria de componentes e equipamentos aproveita a boa fase para a prospecção de novos negócios.
A ABB, que recentemente vendeu o negócio de inversores solares para a italiana Fimer S.p.A., em um acordo que deverá ser concluído no primeiro trimestre de 2020, tem buscado ganhar mercado com a oferta de novos produtos nessa área. A multinacional passou a trabalhar no início do ano com o modelo de inversor do tipo string, explica Marcelo Serafim, diretor de Business Line Smart Power.
O inversor é responsável por captar a tensão de corrente contínua das placas das fazendas de energia solar e convertê-la para uma corrente alternada, a mesma usada nas residências. São componentes do tamanho de uma geladeira, posicionados próximos a um conjunto de placas ; que têm um componente químico que, ao receber o raio UV, o transforma em tensão.
Essa tecnologia do inversor tipo string, que ocupa 30% menos espaço em relação ao componente tradicional, permite que as fazendas de energia solar trabalhem com recursos disponíveis na internet das coisas (IoT, na sigla em inglês). Entre os ganhos, segundo Serafim, estão a possibilidade de fazer o controle da planta a distância, reduzindo o custo de serviço, de atendimento de emergência, além de permitir que as necessidades das usinas sejam antecipadas.
;Isso tudo permite uma redução de custos estimada em pelo menos 15%, contando com mão de obra e o tempo que a usina tem de ficar parada para reparo;, avalia o executivo.
Inversores
Os primeiros projetos no Brasil ; desenvolvidos pela Prosys Engenharia ; a adotar os inversores string da ABB também são em Minas. A central geradora fotovoltaica, a UFV Vale Formoso e a UFV Paraisópolis, são usinas solares de 5MW e 2MW, respectivamente. As duas plantas devem estar concluídas no último trimestre deste ano.
Segundo o executivo, hoje, no Brasil, há por volta de 16 mil inversores da ABB, de gerações anteriores, instalados em sistemas de energia solar. Serafim acredita que será possível avançar não apenas com negócios gerados a partir de novas fazendas solares, mas também na troca de inversores instalados nos projetos de atualização de planta. ;Como as garantias dos nossos equipamentos são longas, vai levar um tempo para o período de transição. Mas alguns clientes estão pedindo levantamento sobre atualização desses equipamentos.;
Por isso, Serafim acredita mesmo que as vendas do inversor tipo string deverão deslanchar com o crescimento das fazendas de energia solar no país. ;É uma fonte limpa e um método mais barato de geração. Sem diferença substancial no preço, mas na tecnologia e no desempenho.; (PP)