Economia

Guedes tenta acalmar empresários

Correio Braziliense
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postado em 20/07/2019 04:18
Ministro da Economia assegurou que recursos para o Minha Casa, Minha Vida não serão afetados

O ministro da Economia, Paulo Guedes, se encontrou ontem com empresários no Rio de Janeiro. A liberação de recursos das contas ativas e inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) dominou as conversas. O empresariado, principalmente, os ligados à construção civil, querem saber o impacto da medida, que prevê injetar R$ 42 bilhões no mercado.

Segundo José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic), Guedes explicou que o governo pretende criar um sistema no qual os correntistas possam optar por retirar uma quantia anualmente ou deixar o dinheiro rendendo ao longo da vida, como se fosse uma aposentadoria. ;Tudo está sendo estudado, mas a o objetivo é calibrar o fluxo e estimular a permanência no emprego;, disse.

Nesse sistema, disse Martins, há a hipótese de o trabalhador sacar somente os 40% da multa sobre o valor total ao ser dispensado e, a cada ano seguinte, retirar os juros sobre o restante, como se fosse um 14; salário. ;O que acaba dando aquela ideia de capitalização defendida pela equipe econômica. É como se houvesse uma caixa d;água com 19 torneiras. O governo quer criar a 20;, que será calibrada;, disse.

A preocupação do setor de construção civil de que não falte recursos para o Programa Minha casa Minha Vida foi minimizada pelo governo. ;O presidente Bolsonaro, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e o ministro Paulo Guedes confirmaram que a verba do FGTS para esse fim não será mexida;, ressaltou Martins. Atualmente, do total dos recursos do fundo, a maior quantia é destinada ao saque do trabalhador demitido sem justa causa. Foram retirados R$ 77,4 bilhões, em 2017; 65,3% do total de R$ 118,6 bilhões sacados.

Apesar da preocupação do empresariado, o economista José Márcio Camargo, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ) considera que a medida não terá pouca influência na retomada da economia. ;Em termos de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), o impacto talvez seja de 0,5 ponto percentual. As previsões crescem de 1% ao ano para entre 1,3% a 1,5%. Independentemente da quantia liberada, o governo precisa fazer mudanças na estrutura do FGTS;, defendeu.

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