postado em 20/07/2019 04:19
Com o início do recesso parlamentar, que suspende, por ora, o andamento da reforma da Previdência, e sem notícias de impacto no cenário doméstico, o mercado financeiro foi pautado pela conjuntura internacional ontem. O Ibovespa, principal índice da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), encerrou a última sessão de negócios da semana em queda de 1,21%, aos 103.451 pontos, resultado, principalmente, do ajuste de expectativas em relação ao corte na taxa de juros dos Estados Unidos. O dólar terminou o dia em alta de 0,20%, cotado a R$ 3,74.
A aposta de que o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, diminuiria os juros em 0,5 ponto percentual ; que motivou a alta de 0,83% no Ibovespa, na quinta-feira ; foi rebatida por dirigentes da autoridade monetária ontem. A sinalização do Fed é de que o corte não deve ser maior de que 0,25 ponto percentual entre 30 e 31 de julho, quando o Federal Open Market Committee (Fomc) se reunirá para discutir os rumos da política monetária.
Na quinta-feira, o presidente do Fed de Nova York, John Williams, disse que seria ;melhor tomar medidas preventivas do que esperar que o desastre aconteça;, o que foi interpretado pelos agentes econômicos como indicativo de que haveria um corte mais robusto. Mais tarde, o Fed esclareceu que o discurso deveria ser encarado como de natureza acadêmica, não como direcionamento na tomada de decisão. Assim, a bolsa abriu, ontem, revisando a expectativa do dia anterior.
Atenção
No cenário doméstico, a semana foi tranquila. A notícia sobre a liberação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) animou o mercado nos últimos dias. Já a divulgação do impacto revisado da reforma da Previdência aprovada em primeiro turno na Câmara não afetou os negócios. Os investidores se preocupam mais com a velocidade da aprovação do texto. ;Mesmo no recesso, os olhos estão atentos a qualquer fala de autoridades sobre a possibilidade de atraso;, afirmou Pablo Spyer, diretor da corretora Mirae Asset.