postado em 23/07/2019 04:21
A British American Tobacco (BAT), dona da Souza Cruz, também pretende apresentar dados científicos nas audiências da Anvisa como argumento para a liberação do dispositivo.
Gerente sênior de relações científicas da Souza Cruz, Analucia Saraiva conta que a posição da indústria será de que esses produtos de potencial risco reduzido são mais uma opção para o consumidor, em um segmento que ela classifica como de multicategoria, do qual fazem parte charuto, cachimbo, fumo de mascar, por exemplo.
A estudiosa propõe que as audiências da Anvisa se concentrem em dados científicos, ;baseados em evidenciais e em estudos e avaliações de agências internacionais;. ;Esses são produtos de menor risco. Tanto que o Reino Unido vai fornecê-lo para quem quer parar de fumar;, diz Analucia.
Segundo a executiva, não há combustão no dispositivo da companhia, o Vype (que tem algumas versões). Sem essa queima, afirma, não há geração de compostos que fazem parte do cigarro tradicional.
Analucia garante que, hoje, diferentemente de quando surgiu o primeiro cigarro eletrônico, patenteado por um chinês (mais tarde comprado por uma startup), há dados independentes que confirmariam a redução de risco com o consumo desse produto.
Processo longo
Apesar dessa primeira audiência da Anvisa, a gerente da Souza Cruz lembra que o processo ainda é longo e deverá incluir consultas públicas e a publicação do relatório de impacto regulatório. ;O cronograma existe e prevê deliberação em dezembro. Mas não significa que produtos estarão disponíveis a partir de dezembro. No caso do cigarro tradicional, são 60 dias para apresentar os requerimentos para a avaliação até a aprovação.;
Como técnica, a gerente de Relações Científicas se diz otimista quanto à aprovação dos cigarros eletrônicos. Ela acredita ser possível encontrar meios de dificultar o acesso por menores de 18 anos. Por exemplo, limitando a venda por meio de um controle eletrônico.
Nos Estados Unidos, hoje, o principal problema é o consumo entre adolescentes ; muitos deles não fumavam o cigarro tradicional antes de passarem a usar o modelo eletrônico. Esse pode ser um dos principais argumentos entre aqueles que defendem que a proibição da Anvisa seja mantida.