Economia

Aumentam os voos entre Brasil e Estados Unidos, diz American Airlines

Vice-presidente de vendas da aérea norte-americana, Chris DeGroot afirma que resultado do Brasil ajudou no crescimento da companhia e que a venda de bilhetes para americanos cresceu

Simone Kafruni
postado em 23/07/2019 12:43
voos entre Brasil e Estados Unidos, diz American AirlinesO mercado internacional de transporte aéreo está se recuperando e o desempenho do Brasil tem ajudado no resultado da maior companhia do mundo em passageiros transportados e receita, a American Airlines. Os voos da empresa, estabilizados nos últimos dois a três anos, voltaram a crescer em 2019, com ajuda da recuperação do mercado brasileiro e da América Latina, segundo Chris DeGroot, vice-presidente de vendas internacionais.

DeGroot também é responsável pelos acordos de parcerias com companhias aéreas internacionais. No Brasil, a American Airlines está negociando uma joint venture com a Latam, que já foi aprovada pelas autoridades brasileiras, mas ainda depende do aval das norte-americanas. ;A partir das aprovações das joint ventures que negociamos, teremos aumento dos voos. Estamos trabalhando nisso;, disse.

A aprovação do visto eletrônico para cidadãos americanos, canadenses, australianos e japoneses entrarem no Brasil começa a dar resultados, destacou o vice-presidente da empresa que opera o maior número de voos do Brasil para os Estados Unidos. ;Até o ano passado, a maioria dos bilhetes eram vendidos para brasileiros. Após o visto eletrônico, estamos vendo uma mudança de direção, com mais passageiros dos EUA comprando;, destacou Dilson Verçosa Jr., diretor de vendas da American Airlines para as Américas do Sul e Central.

Em visita ao Correio, os executivos descartaram, por enquanto, a possibilidade de aproveitar a mudança regulatória recente no setor aéreo brasileiro, que permite até 100% de capital estrangeiro nas companhias nacionais. ;Não temos intenção de investir agora. Estamos focados em finalizar as joints ventures que estamos realizando com várias companhias, como a Latam, Iberia, Japan Airlines;, explicou DeGroot. ;Ninguém sabe o que pode acontecer no futuro, mas, agora, nossa prioridade são as joint ventures;, reiterou.
Chris DeGroot (vice-presidente do setor de vendas internacionais da American Airlines ) (oculos) e Dilson Vercosa Jr. (Diretor de vendas da America do Sul e Central da American Airlines)

A capacidade de voos entre EUA e Brasil, somada à joint venture com a Latam, que tem muitos voos de vários locais do país chegando aos hubs (aeroportos que funcionam como centros de conexão, como os de São Paulo, Rio e Brasília) deve garantir maior volume de passageiros para a companhia norte-americana no mercado brasileiro, apostam os dirigentes. ;Talvez isso nos motive a incluir novos voos;, disse DeGroot.

Low costs

Com experiência em competir com companhias low cost (baixo custo) dos Estados Unidos, que agora estudam entrar no Brasil, a American Airlines teve que se adaptar. ;É preciso mudar o modelo para concorrer com essas companhias. Tivemos que oferecer maior variedade de bilhetes, desde os que incluem todos os serviços, como bagagem, e outros com cada tipo de serviço vendido separadamente, para oferecer preços mais baixos e competir com as low costs;, afirmou o vice-presidente.

As recentes mudanças regulatórias no setor aéreo foram elogiadas pelos dirigentes, sobretudo o acordo Céu Aberto (Open Skies), que elimina o limite de voos de companhias internacionais no espaço aéreo brasileiro. ;O Open Skies permite às empresas voar onde quiserem, sem regulação do governo, apenas do mercado;, detalhou DeGroot.

Verçosa Jr. explicou que o alinhamento da regulação brasileira com a internacional também foi um avanço importante. ;Há um ano, o Brasil era o único país do mundo no qual a franquia de bagagem para voos internacionais era de 32 quilos. Agora, é de 23 quilos como em todas as demais;, lembrou. Ele explicou que, nos Estados Unidos, a prática de pagar por bagagem, serviços e, até mesmo, marcar assentos é comum, dependendo do bilhete que o passageiro compra. ;Muitas coisas que são novidade no Brasil já existem há muito tempo no setor;, assinalou.

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