Agência Estado
postado em 23/07/2019 12:18
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu a projeção de crescimento do Brasil para este ano de 2,1%, anunciada em abril, para 0,8%. Foi o maior corte na previsão entre todos os países analisados pelo fundo na atualização de julho do relatório Perspectiva Econômica Mundial, lançado nesta terça-feira, 23. A previsão de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2020 foi reduzida de 2,5% para 2,4%.
A diretora do departamento de pesquisas do FMI, Gita Gopinath, afirmou que a "significativa revisão para o PIB do Brasil neste ano" ocorre devido ao fraco desempenho do nível de atividade no primeiro semestre, o que foi influenciado por "incertezas com a reforma da Previdência Social".
O FMI citou ainda no relatório a piora da confiança de empresários e famílias no desempenho da economia brasileira no curto prazo.
No breve relatório divulgado pelo fundo, que trata somente de projeções para o PIB, é destacado que a América Latina registrou fraca atividade no começo do ano, por causa de fatores domésticos em vários países, o que levou à redução da previsão de crescimento do PIB de 1,4% para 0,60% na região neste ano. Para 2020, a previsão para a América Latina recuou de 2,4% para 2,3%.
Em relação ao México, o FMI reduziu a projeção de retração do PIB de 1,6% para 0,9% em 2019. O relatório ressalta que os investimentos continuam fracos e que houve redução do ritmo das compras de consumidores, devido às incertezas com políticas do governo, queda da confiança dos agentes econômicos e elevação de custos para financiamentos - o que pode se agravar com a recente redução do rating do país adotada pela Fitch e com a piora da perspectiva soberana anunciada pela Moody's. A projeção de expansão de 1,9% em 2020 foi mantida.
Para a Argentina, o FMI não divulgou estimativa para o PIB, mas destacou que a retração no primeiro trimestre apresentou um ritmo menor do que o registrado em 2018. Ja no caso da Venezuela, o Fundo destaca que a "profunda crise humanitária e a implosão econômica" continuam a gerar um impacto devastador sobre o país, o que deve levar a uma retração do PIB próxima a 35% neste ano.