Economia

FMI: confiança enfraquecida

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 24/07/2019 04:04

Diante de um ;considerável enfraquecimento da confiança; em relação à retomada da economia brasileira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu de 2,1% para 0,8% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2019. O corte drástico, de 1,3 ponto percentual, foi o maior entre os países que constam da atualização do relatório Panorama Econômico Global divulgado ontem.

O dado do Fundo, que costuma ser mais otimista que o mercado, está em linha com a expectativa de crescimento do governo, de 0,8%, e levemente abaixo da mediana computada pelo boletim semanal Focus, do Banco Central, de 0,82%, corrigida para cima nesta semana, em 0,1 ponto percentual, após 20 semanas seguidas de corte. Essa virada refletiu a expectativa com as novas regras dos saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que serão anunciadas hoje.

Ao justificar o corte expressivo do PIB brasileiro deste ano, o FMI afirmou que ;a confiança enfraqueceu consideravelmente com a incerteza que persiste sobre a aprovação da reforma da Previdência e de outras reformas estruturais;. O organismo multilateral informou que o corte das projeções do Brasil contribuiu para a redução de 1,4% para 0,6% da expectativa crescimento econômico na América Latina. O Fundo também revisou a projeção de alta do PIB do México, de 1,6% para 0,9%, porque ;o investimento continua fraco e o consumo privado diminuiu, devido à incerteza política, enfraquecimento da confiança e custos crescentes de empréstimos, que podem subir seguindo ainda mais o recente rebaixamento do rating soberano;.

A estimativa de expansão em 2020 do PIB brasileiro também recuou: passou de 2,5% para 2,4%.

Crescimento menor


O FMI também reduziu, embora marginalmente, as taxas de expansão mundial, que passaram de 3,3% para 3,2%, neste ano, e de 3,6% para 3,5%, no próximo ano, em função das tensões comerciais entre China e Estados Unidos. O recuo também atingiu os demais países do Brics, bloco dos emergentes integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

A África do Sul teve o segundo maior corte na previsão deste ano, de 0,5 ponto percentual, passando de 1,2% para 0,7%. Na sequência, a Rússia, cuja taxa passou de 1,6% para 1,2%. A expansão da Índia ficou em 7%, 0,3 ponto percentual abaixo da anterior. A projeção de PIB da China teve o menor corte, de 0,1 ponto percentual, para 6,2%. Na contramão, o Fundo elevou de 1,8% para 1,9% a previsão de crescimento dos Estados Unidos. (RH)

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