Economia

Discurso do BCE menos agressivo que o esperado empurra bolsa para o negativo

Agência Estado
postado em 25/07/2019 12:00
Após abrir em alta e acima dos 104 mil pontos, o Ibovespa passou a cair nesta quinta-feira, chegando a operar na faixa dos 102 mil pontos e com queda acima de 1,00%. O desempenho negativo coincide com as quedas nas bolsas da Europa e dos EUA. No Ibovespa, o destaque de baixa vem do setor financeiro. A despeito de o Bradesco ter apresentado alta em seu lucro, as ações do banco cedem na faixa de 4,00%. Às 11h33, o Ibovespa cedia 0,78%, aos 103.306,91 pontos. Conforme Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, o movimento reflete a sinalização menos "dovish" que o esperado do Banco Central Europeu (BCE). Em seu discurso, o presidente da instituição, Mario Draghi, disse que o BCE não discutiu mudanças na política nesta reunião, mas vai esperar mais dados econômicos para agir. Hoje, o BCE manteve a taxa de juros da zona do euro. Apesar de a manutenção ter ficado dentro do que a maioria esperava, alguns chegaram a estimar recuo neste encontro. Como bancos têm mais liquidez e mais pesam no Ibovespa, acabando sofrendo, explica. "Havia uma expectativa quanto a sinais sobre corte de juros. Estava todo mundo em compasso de espera. Isso tira um pouco as estimativas quanto ao Fed, principalmente", diz, completando que o desempenho ainda reflete realização, após os ganhos recentes da bolsa. "Movimento técnico." A interpretação do BCE pode diminuir o debate sobre um recuo mais agressivo da taxa Selic, de 0,50 ponto porcentual, no Comitê de Política Monetária (Copom) na semana que vem. Além da sinalização do BCE, dados acima do esperado nos EUA apoiam a discussão sobre um corte de 0,25 ponto porcentual pelo Fed, também na próxima semana, conforme operadores. O presidente do BCE afirmou que a perspectiva econômica está "piorando mais e mais" na zona do euro à medida que os riscos continuam a pender para o lado negativo e que os sinais emitidos pelos indicadores econômicos mostram um enfraquecimento no crescimento da economia tanto no segundo trimestre quanto no terceiro. De acordo com o BCE, há riscos comerciais e geopolíticos no horizonte, além da possibilidade de o Reino Unido sair da União Europeia (Brexit) sem que haja um pacto entre as duas partes.

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