Economia

Especialmente na área corporativa, Oi aposta em tecnologia para crescer

Em recuperação judicial, operadora de telecom investe em soluções inovadoras para o segmento corporativo, como a que foi desenvolvida para a Game XP, maior evento de jogos do país

Paula Pacheco
postado em 26/07/2019 06:00
Em recuperação judicial, operadora de telecom investe em soluções inovadoras para o segmento corporativo, como a que foi desenvolvida para a Game XP, maior evento de jogos do paísRio de Janeiro ; Em recuperação judicial desde junho de 2016, a Oi tem buscado diversificar suas fontes de receita e, assim, melhorar o perfil de sua dívida bilionária. Uma das principais frentes de trabalho na companhia é a área corporativa. Dados divulgados pela empresa mostram que, em junho de 2018, essa divisão representou 30% da geração de caixa. Um ano depois, chegou a 31,2%.

Parece pouco, mas em um momento de reavaliação dos planos de investimentos das empresas que têm negócios no Brasil, com a busca de soluções capazes de reduzir custos, o crescimento mostra que a nova estratégia da companhia para os clientes corporativos pode ser uma aposta bem-sucedida.

Nesta quarta-feira (25/7), primeiro dia da Game XP, maior evento no Brasil no setor de jogos, no Rio de Janeiro, Rodrigo Shimizu, diretor de marketing do Corporativo da Oi, recebeu convidados ; de representantes de bancos, varejo e indústria a funcionários do governo ; para mostrar, na prática, alguns dos produtos desenvolvidos para os quatro dias de atividades.

Responsável por toda a parte de infraestrutura digital, além de patrocinadora máster da Game XP, a Oi foi além do óbvio ; no caso, a oferta de wi-fi em todo o Parque Olímpico, na Zona Sul da cidade. Foi a primeira vez, por exemplo, que a operadora desenvolveu para o aplicativo do evento uma função que mostra aos visitantes o total de pessoas à espera de uma vaga nos banheiros. As filas nessa hora costumam ser uma das primeiras reclamações de quem participa desse tipo de evento, assim como em festivais de música.

Por meio de recursos desenvolvidos a partir da internet das coisas (IoT, na sigla em inglês), sensores mostram quantas pessoas entraram e quantas saíram dos banheiros coletivos. Com isso, o visitante consegue saber onde o tempo de espera será menor.

Para os organizadores do evento, esse tipo de informação pode ajudar a tomar decisões para minimizar os problemas. Tecnologia semelhante mostra para os organizadores o tempo de espera nas filas dos brinquedos espalhados pelo Parque Olímpico, como a roda-gigante.

Informações como essas são monitoradas, com atualizações a cada 30 segundos, em uma sala que funciona como uma espécie de cérebro de toda a operação digital da Game XP. Telas mostram quantos equipamentos (como smartphones e notebooks) estão conectados a cada um dos 148 aparelhos de wi-fi e, a partir daí, se pode tomar a decisão de aumentar a capacidade em um desses pontos. Mapas de calor ajudam a complementar o controle de uso de dados. Além desses cuidados, só entra na sala de comando quem passa pelo controle de biometria, feito por meio de reconhecimento facial.

Eficiência

;Ao acompanhar em tempo real o conjunto de informações, conseguimos agir de forma muito rápida e acionar a equipe de campo apenas quando necessário, o que gera economia de recursos, de modo que o usuário da rede não sinta;, diz Gustavo Brambila, diretor de Infraestrutura da Oi. Além dos especialistas que estão na Game XP, uma equipe de São Paulo participa de todo o monitoramento via videoconferência.

Em um evento como esse, em que o tráfego de dados gerado por expositores e visitantes é muito grande, é preciso reforçar os cuidados e, antes da abertura dos portões, fazer uma série de testes de estresse que garantam a segurança digital. Na edição anterior da Game XP, o volume de dados chegou a 34,2 terabytes. Isso equivale a 341.619 horas de um game de guerra jogado on-line.
Neste ano, os executivos da Oi acreditam que o volume de dados deverá ser superado, já que há mais jogos disponíveis para o ambiente virtual.

Uma solução como a da fila do banheiro ou de controle de acesso por biometria pode ser oferecida não só em outros tipos de megaeventos ; a Oi já participou de 36, como Rock in Rio, Copa do Mundo e eleições ; como servir de ponto de partida para uma outra função que melhore os controles dentro de uma empresa.

Melhorias

Ao levar os clientes corporativos para ver como funciona uma operação como a que foi montada na Game XP, Shimizu acredita que tem a chance de facilitar a compreensão de como as novas tecnologias podem ser aplicadas na melhoria de processos em diferentes tipos de negócios. ;É muito diferente do que se mostrássemos em Powerpoint;, garante o executivo.

Shimizu cita a possibilidade de clientes de um programa de fidelidade de um varejista poderem ter seus dados na tela do caixa sem precisar digitar o número do CPF, apenas por meio da biometria. Em casos como esse, as informações só poderiam ser escaneadas se a autorização fosse dada previamente pelo usuário, de acordo com o que prevê a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entra em vigor a partir de agosto de 2020. Ou, ainda, que um varejista possa, por meio de um mapa de calor, a exemplo do que é feito na Game XP, saber onde há um maior tráfego de pessoas e usar essa informação na hora de precificar a presença de uma marca em uma gôndola.

;Os resultados dependem muito da atividade e do tipo do projeto, mas o ganho de eficiência de uma empresa que adota alguma das nossas soluções pode variar de 10% a 50%;, afirma Shimizu. O executivo lembra que havia uma expectativa melhor no início do ano em relação ao desempenho da economia. Com a revisão para baixo dos indicadores, muitas empresas têm buscado alternativas para reduzir seus custos e melhorar a performance. Uma das saídas é investir em inovação ; exatamente o que a Oi tem feito desde que entrou em recuperação judicial.

*A jornalista viajou a convite da Oi

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação