Economia

Contas públicas registram rombo de R$ 11,5 bilhões em junho, diz Tesouro

No mesmo período de 2018, déficit era de R$ 16,38 bilhões. Apesar da melhora, o país fechou o primeiro semestre no vermelho

Hamilton Ferrari
postado em 26/07/2019 15:20
No mesmo período de 2018, déficit era de R$ 16,38 bilhões. Apesar da melhora, o país fechou o primeiro semestre no vermelho O governo federal teve um rombo de R$ 11,48 bilhões nas contas públicas de junho, frente o deficit de R$ 16,38 bilhões obtido no mesmo mês de 2018, de acordo com dados do Tesouro Nacional. Em coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira (26/7), o órgão mostrou que com o resultado, o país acumulou o primeiro semestre com o resultado no vermelho.

[SAIBAMAIS] As despesas superaram as receitas em R$ 28,92 bilhões nos primeiros seis meses de 2019, sendo o melhor resultado em quatro anos. No mesmo período do ano passado, o deficit registrado era de R$ 31,59 bilhões.

As contas públicas estão no vermelho desde 2014. De acordo com projeções de analistas, o país pode ter rombo nas contas durante nove anos, entre 2014 e 2023. Isso ocorre porque há avanço dos gastos obrigatórios ; que devem ser executados pelo governo.

Os custo previdenciários e com o pagamento do funcionalismo são as duas cifras que mais pesam no orçamento. Sem o os gastos com aposentadorias e pensões, por exemplo, o governo federal teria superavit de R$ 3,5 bilhões em junho e de R$ 66 bilhões no acumulado do ano.

De acordo com o Tesouro Nacional, a Previdência Social acumulou rombo de R$ 15 bilhões no último mês e de R$ 95 bilhões no primeiro semestre. Os gastos nesta área têm aumentado a cada ano e tende a expandir com o envelhecimento da população. Em junho do ano passado, o deficit da Previdência foi de R$ 14,5 bilhões, enquanto que, nos seis primeiros meses, registrou perdas de R$ 91 bilhões.

Uma das apostas do governo para frear o avanço das despesas é fazer a reforma da Previdência, que está em discussão na Câmara dos Deputados. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) passou no primeiro turno na casa, mas ainda precisa ser validado em nova votação antes de ir para o Senado.

O texto que foi aprovado garante uma economia de R$ 933 bilhões em 10 anos, segundo o Ministério da Economia. O governo gastou R$ 653 bilhões no primeiro semestre, sendo que R$ 291 bilhões foi para o pagamento de benefícios previdenciários. Além disso, as despesas com pessoal e encargos somou R$ 150 bilhões no período. Ou seja, 67% de tudo que é gasto pelo governo vão apenas para estas duas áreas.

Meta fiscal


A meta fiscal do governo é de um deficit de até R$ 139 bilhões. Para cumprir isso, o Ministério da Economia precisou contingenciar mais de R$ 30 bilhões. Ou seja, esses recursos não podem ser executados no orçamento.

De acordo com o Tesouro Nacional, o rombo fiscal do governo é de R$ 119 bilhões no acumulado de 12 meses. Analistas acreditam que não haverá dificuldades para cumprir a meta. O relatório Prisma Fiscal, que tem projeções do economistas do mercado financeiro, aponta que os especialistas esperam um rombo de R$ 105 bilhões.

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