postado em 27/07/2019 04:05
O presidente Jair Bolsonaro disse ontem, antes de embarcar para Goiânia, que considera difícil que o Congresso Nacional modifique a MP 889, que trata das regras de saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Ele mantém a decisão de limitar as retiradas a R$ 500 para ;preservar os recursos; do programa Minha Casa Minha Vida.
Entretanto, diz que se o Legislativo resolver ;majorar o valor; terá ;todo direito;. ;Se, na ponta do lápis, eles falarem que não será atingida a construção de casas populares no Brasil, não tem problema, está certo? Depende deles mostrarem. Matemática não tem como fugir, né? Matemática, pelo que eu aprendi até hoje, dois e dois são quatro e ponto final;, disse
De acordo com o presidente, a medida procurou atender 82% das pessoas que têm saldo abaixo de R$ 500. ;Alguns falam que atendi o interesse de construtoras. Não. Atendi o interesse do povo, não majorando isso, porque temos que ter recursos para continuar o programa Minha Casa Minha Vida, que é muito importante para quem não tem onde morar. Essa que é a nossa intenção;, afirmou.
Na quarta-feira, o governo federal anunciou a liberação de saques de contas ativas e inativas do FGTS e do PIS-Pasep, que em dois anos deve injetar na economia R$ 42 bilhões.
No Rio, onde fez palestra na Associação Comercial, o ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou que, diferentemente da liberação do FGTS ocorrida durante o governo Michel Temer, a de agora beneficiará até 100 milhões de pessoas e permitirá que pessoas mais pobres possam ter um salário extra todo ano. ;Vai ser como um 14; salário para quem tem salário mais baixo;, explicou.
Reforma tributária
Além das questões ligadas à liberação do fundo, Bolsonaro falou sobre a mudança nos tributos. Segundo ele, a reforma tributária que o governo vai propor tratará apenas da unificação de impostos federais. Deixará de fora o Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que é estadual, e o Imposto sobre Serviços (ISS), municipal. ;Vamos tratar, pelo acertado até agora, para que vocês não digam que eu recuei depois: atingirá apenas impostos federais;, disse.
Nas duas Casas do Congresso, propostas estão sendo retomadas. Tanto na Câmara quanto no Senado, os projetos preveem uma unificação que engloba, também tributos de estados e municípios.
- Confiança em alta no setor de construção
O Índice de Confiança da Construção (ICST), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 2,6 pontos de junho para julho deste ano. Essa foi a segunda alta consecutiva do indicador. Com o resultado o ICST chegou a 85,4 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos, e voltou ao nível observado em dezembro de 2018. A alta do índice foi influenciada tanto pela melhora da situação corrente quanto pelas expectativas do curto prazo. O Índice da Situação Atual cresceu 1,5 ponto e chegou a 75,1 pontos, e o de Expectativas subiu 3,5 pontos, passando para 96 pontos. A demanda prevista nos próximos três meses cresceu 2,3 pontos e a tendência dos negócios nos próximos seis meses aumentou 4,7 pontos.