Agência Estado
postado em 29/07/2019 18:03
O compasso de espera por uma série de fatores importantes retraiu o investidor e reduziu significativamente o volume de negócios com ações na B3 nesta segunda-feira, 29. Decisões de política monetária no Brasil e no mundo, indicadores econômicos e resultados corporativos compõem o cenário de expectativas. Nesse ambiente, o Índice Bovespa oscilou em um intervalo estreito, com fôlego um pouco maior na última hora de negociação. Assim, terminou o pregão na máxima do dia, aos 103.482,63 pontos, em alta de 0,65%. Os negócios somaram R$ 12,1 bilhões, contra R$ 16,9 bilhões da média diária registrada pela Bolsa em julho.
O desempenho positivo do Ibovespa foi garantido em boa medida por ações dos setores de consumo, que também lideram os ganhos acumulados em julho. A alta dos preços do petróleo no mercado internacional impulsionou as ações da Petrobras, que deram contribuição importante para a alta do índice. Por outro lado, Vale e bancos tiveram desempenho pouco empolgante. Para Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura Corretora, esta é a semana mais pesada do ano, se consideradas as agendas do Brasil e do mundo. Em sua avaliação, a importância de cada um dos eventos aguardados será definida conforme os resultados ficarem dentro ou fora das estimativas do mercado.
"Por trás de um desempenho aparentemente fraco do Ibovespa hoje houve muitas oscilações importantes na Bolsa. Isso mostra que o investidor não está parado. O mercado está fazendo uma seleção bastante criteriosa das ações que têm potencial para subir", disse o economista.
Na análise por índices setoriais, os maiores avanços foram do Índice Imobiliário (IMOB), que subiu 1,80% e do Índice de Consumo (ICON), com alta de 1,40%. O índice financeiro (IFNC) teve ganho de 0,42%. Na contramão ficou o índice de materiais básicos (IMAT), que reúne ações como Vale, Braskem, Suzano e Klabin, com baixa de 0,27%.
Segundo Silveira, o bom desempenho de ações ligadas a consumo e imobiliário reflete as apostas do investidor em eventos dedicados ao aquecimento da economia. Entre eles está a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que na quarta-feira decide sobre a taxa Selic. No mercado futuro de juros, a aposta majoritária é de um corte de 0,5 ponto porcentual.
Para Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença Corretora, a decisão de política monetária do Federal Reserve é o evento com maior potencial para influenciar os negócios nesta semana. "As mudanças nos juros americanos têm poder de interferir nos fluxos de recursos em todo o mundo. E um corte mais forte pode impulsionar os mercados de ações de maneira geral", afirma.