postado em 30/07/2019 04:05
Apesar de a taxa básica de juros, a Selic, estar no menor patamar da história desde março de 2018, o Brasil ainda está em desvantagem entre os países do Brics, grupo de economias emergentes composto também por Rússia, Índia, China e África do Sul. A Selic atual, de 6,5% ao ano, é a mesma da África do Sul, e só é menor do que a taxa da Rússia, de 7,25% ao ano. Os juros anuais chineses e indianos são de 4,35% e de 5,75%, respectivamente.
Mas os encargos cobrados pelos bancos de empresas e consumidores são mais elevados e refletem a concentração do mercado. Apenas cinco instituições detêm mais de 80% do crédito, conforme dados do Banco Central. O spread bancário, que inclui a margem de lucro dos bancos e os custos operacionais, faz com que as taxas de alguns empréstimos superem os 300% ao ano, como é o caso do cartão de crédito.
Reação
Imagine qual seria a reação do personagem de Steve Carrell no filme A Grande Aposta (vencedor do Oscar de Roteiro Adaptado de 2015) ao se deparar com juros desse tamanho? Em uma cena do filme, Carrel; que interpreta o mal-humorado dono de uma corretora que lucrou ao apostar contra os bancos no meio da crise dos subprimes ; quase tem um ataque cardíaco ao reclamar da taxa de 25% ao ano no cartão de crédito nos Estados Unidos.
Analistas reconhecem que os altos juros brasileiros estão ajudando a travar a economia. Levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC) destaca que o peso elevado desses encargos é uma das principais razões para o endividamento das famílias, de 62,4%.
No próximo dia 6, das 9h às 14h, o Correio realiza o seminário ;Como fazer os juros caírem no Brasil;, com a presença de vários especialistas do setor. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site correiobraziliense.com.br/correiodebate.
- Programação
Veja quem participará do seminário promovido pelo Correio em 6 de agosto
Abertura
; Banco Central (a confirmar)
1; Painel: Concentração e Competição, como ampliar a oferta de crédito a um custo menor
; Alexandre Barreto de Souza, presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)
; Angelo José Alverne Duarte, chefe do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central
; Gesner Oliveira, economista e ex-presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)
2; Painel: Quanto custa o dinheiro. Mitos e verdades
; Ana Carla Abrão, economista e sócia da Consultoria Oliver Wyman
; Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central
; Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda
3; Painel: Cidadania financeira, a importância da educação
; Mara Luquet, jornalista especializada em financias pessoais, diretora da Letras e Lucros
; Maurício Moura, diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do BC
; Ricardo Rocha, professor do Insper
Encerramento
; Murilo Portugal, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban)