Economia

Itaú quer desligar 6,9 mil

postado em 31/07/2019 04:05
Instituição financeira tem 98 mil funcionários. Adesão começa amanhã

Depois da Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, foi a vez do Itaú Unibanco anunciar um programa de incentivo à demissão voluntária de funcionários. As três instituições financeiras tentam se adequar ao novo mercado, que se torna cada vez mais digital e impactado pela entrada de novos empreendimentos, como as fintechs, que são startups do setor.

O programa do Itaú vai contemplar cerca de 6,9 mil trabalhadores, segundo o presidente do banco, Candido Bracher. A instituição tem cerca de 98 mil colaboradores. O início da adesão será a partir de amanhã e vai terminar em 31 de agosto.

O funcionário poderá optar por receber o equivalente a meio salário bruto para cada ano trabalhado, respeitando o limite de seis remunerações, mais a manutenção do plano de saúde por cinco anos, ou receber meio salário para cada ano trabalhado na empresa, sem ultrapassar o limite de 10 salários, mas com pagamento de apenas dois anos do plano de saúde.

Também receberão participação nos lucros e resultados, além do pagamento de todas as verbas rescisórias. O Banco do Brasil foi o penúltimo a anunciar medidas similares, que pagarão até R$ 200 mil aos funcionários que pedirem desligamento. A estimativa do mercado é de que entre 2,3 mil e 2,5 mil aceitem o acordo na estatal.

O economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Pedro Paulo Silveira, explicou que os programas se diferem entre os bancos públicos e privados. ;No caso do BB e da Caixa, há áreas em que há excesso de mão de obra. É um redimensionamento para cortar excesso de contingência. No Itaú, o alvo é atingir acima de uma faixa etária, de pessoas que já são mais velhas. A intenção é dar dinamismo e corrigir distorções;, destacou.

Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, afirmou que é possível correlacionar os dois programas. ;O mercado tem visto que com o aumento da competitividade, com as fintechs, haverá um maior acirramento, que será preciso contenção de despesas, inclusive entre os bancos;, afirmou. ;Além disso, há uma agenda do governo federal de desinvestimentos, o que tem surtido efeito nas estatais. Tanto é que, nos primeiros 200 dias de governo, os bancos públicos já geraram R$ 16 bilhões;, alegou. (HF)

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