Economia

Nesta terça: seminário do Correio debate o futuro dos juros no país

Seminário reúne especialistas para discutir maneiras de reduzir os encargos financeiros cobrados de famílias e empresas no Brasil. Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, falará na abertura do encontro

Correio Braziliense
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postado em 06/08/2019 06:00
Seminário reúne especialistas para discutir maneiras de reduzir os encargos financeiros cobrados de famílias e empresas no Brasil. Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, falará na abertura do encontroEm meio à expectativa de publicação da Ata do Comitê de Política Monetária (Copom), na manhã desta terça-feira, o Correio realiza, em parceria com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), um seminário sobre juros, com debatedores qualificados.

O Correio Debate: Como fazer os juros caírem no Brasil? , que será realizado a partir das 9h, na sede do jornal, tem como objetivo ampliar o diálogo sobre temas como competição e concentração bancária, custo do dinheiro e a importância da educação financeira. Participam do evento o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o da Febraban, Murilo Portugal, o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega, o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Alexandre Barreto de Souza, a economista Ana Carla Abrão, sócia da consultoria Oliver Wyman, e outros especialistas.

Em 31 de agosto, o Copom reduziu a taxa básica da economia, a Selic, de 6,5% para 6% ao ano, novo piso histórico. Em entrevista ao Correio, Maílson da Nóbrega destacou que essa redução ainda não é suficiente para retomar o crescimento da economia, que ainda não conseguiu sair totalmente da recessão de 2015 e 2016. ;A confiança de consumidores e empresários ainda é inferior aos níveis de anos recentes. Assim como a reforma da Previdência, a queda dos juros básicos pode estimular o consumo e o investimento, mas não é suficiente para assegurar uma expansão robusta do Produto Interno Bruto;, destacou.

Tendência

Ao cortar a Selic, o Banco Central brasileiro seguiu a tendência de redução de juros globais. No mesmo dia, o Fed (Federal Reserve, o BC dos Estados Unidos) cortou a taxa básica de 2,5% para 2,25% ao ano. A Selic ainda é alta se comparada com a taxa básica de outros países emergentes, como China (4,35%), Chile (2,50%) e Índia (5,75%).

A média dos juros aplicada no mercado de crédito também está no topo dos rankings globais, em grande parte, devido ao spread bancário, onde estão embutidos os custos operacionais, impostos e os lucros dos bancos. Levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC) destaca que o peso elevado dos juros é uma das principais razões de o endividamento das famílias ser tão elevado. Boa parte delas acaba se endividando no cartão de crédito e no cheque especial, onde as taxas são exorbitantes, ultrapassando 320% e 120% ao ano, respectivamente.

Programação

Veja quem participará do seminário promovido pelo Correio em 6 de agosto:

Abertura
; Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central

1; Painel: Concentração e Competição, como ampliar a oferta de crédito a um custo menor
; Alexandre Barreto de Souza, presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)
; Angelo José Alverne Duarte, chefe do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central
; Gesner Oliveira, economista e ex-presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)

2; Painel: Quanto custa o dinheiro. Mitos e verdades
; Ana Carla Abrão, economista e sócia da Consultoria Oliver Wyman
; Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central
; Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda

3; Painel: Cidadania financeira, a importância da educação
; Mara Luquet, jornalista especializada em finanças pessoais, diretora da Letras e Lucros
; Maurício Moura, diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do BC
; Ricardo Rocha, professor do Insper

Encerramento
; Murilo Portugal, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban)

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