Agência Estado
postado em 06/08/2019 11:18
Em linha com o movimento de alta no exterior, a Bolsa brasileira também iniciou o pregão desta terça-feira, 5, tentando recuperar parte das perdas da véspera. Na segunda-feira, 5, o Ibovespa chegou a cair para a faixa dos 99 mil pontos em seu pior momento, diante dos temores da tensão entre os Estados Unidos e China, mas ainda fechou aos 100.097,75 pontos, em queda de 2,51%.
Às 10h59, subia 1,47%, aos 101.569,64 pontos.
Apesar de o clima de cautela prevalecer, as bolsas europeias sobem, bem como as de Nova York, amparadas em certa medida pelo avanço das commodities. O petróleo, por exemplo, avança em torno de 0,4%. A exceção é o minério de ferro negociado no porto de Qingdao (China), que voltou a fechar em queda de quase 3% nesta terça-feira.
"A Bolsa pode ter um pouco de recuperação influenciada pelo exterior, já que no cenário político não tem novidade", diz um analista, acrescentando que o que continua evidente é a incapacidade de articulação do presidente Jair Bolsonaro, "deixando tudo nas mãos do Congresso".
Nesta terça, a Câmara dos Deputados retoma os trabalhos de tramitação da reforma da Previdência.
O economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira, cita que a fixação da moeda chinesa traz certa tranquilidade hoje aos mercados, apesar de os temores continuarem no foco das atenções. O Banco do Povo da China orientou uma nova depreciação do yuan em relação ao dólar, a 6,9683 yuans ante a orientação de 6,9225 yuans na segunda-feira.
Bandeira não descarta a possibilidade de um dia um pouco mais positivo para o Ibovespa em relação ao exterior, já que a decisão da China de suspender a compra de produtos agrícolas americanos pode beneficiar o Brasil. Para ele, a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada esta manhã, confirmou que o quadro reforça recuo do juro.
O Bradesco avalia em nota que a ata reafirmou a leitura de que os núcleos de inflação estão em níveis confortáveis e o cenário internacional evoluiu de maneira benigna, com bancos centrais de diversas economias provendo estímulos adicionais. Em relação aos fatores de risco para a inflação, o colegiado reconheceu um avanço na agenda de reformas, mas manteve o risco de uma frustração dessa agenda como preponderante.
Para o Bradesco, o Banco Central (BC) fará outro corte de 0,50 ponto porcentual na Selic na próxima reunião, em setembro, levando a taxa para 5,5%.