Economia

Bolsonaro vai insistir em isenção do IR para até 5 salários mínimos

Já a equipe econômica defende ajustar a faixa de isenção do Imposto de Renda apenas pela inflação

Rodolfo Costa
postado em 09/08/2019 16:20
Jair Bolsonaro, presidente da República A reforma tributária do governo federal está bem encaminhada, mas algum ponto ainda pode ser alterado no que depender da vontade do presidente Jair Bolsonaro. Enquanto a equipe econômica defende ajustar a faixa de isenção do Imposto de Renda apenas pela inflação, o chefe do Executivo federal não pretende abrir mão de isentar do tributo quem recebe até cinco salários mínimos.

[SAIBAMAIS] A isenção corrigida apenas pela inflação foi apresentada a Bolsonaro e teve o sinal verde. ;Isso aí eu já falei que, se não mudar nada, pelo menos corrija só a inflação;, explicou. No entanto, caso se confirme, será uma proposta que não atende a uma promessa de campanha de Bolsonaro, de isentar quem recebe até cinco salários mínimos. Nesta sexta-feira (9/8), na saída do Palácio da Alvorada, ele declarou que vai insistir no cumprimento da proposta.

O presidente vai conversar com o ministro da Economia, Paulo Guedes, na tentativa de viabilizar a medida. ;Falei isso aí, sim (de isenção durante a campanha). Tinha conversado com o Guedes e vou continuar batendo nesta tecla. Porque acho que quem ganha até cinco salários, em grande parte, todos têm Imposto de Renda retornando. Se a gente puder facilitar a vida deles, seria muito bom no meu entender;, sustentou.

Para o presidente, não há problemas em isentar de Imposto de Renda as pessoas que recebem até cinco salários. ;O IR passou a ser redutor de renda. Queremos mostrar que dá para fazer diferente. Sabemos das dificuldades que o Brasil atravessa e queremos facilitar a vida das pessoas. É isso que pretendo. Em vez de declarar ;X; de imposto de renda todo ano, quem sabe ;X; - ;Y;;, ponderou.

Propostas


A proposta do secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, de um imposto sobre transações financeiras de ponta a ponta, tanto por quem paga, quanto por quem recebe, aos moldes da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), foi rechaçada pelo presidente. ;Já falei que não existe CPMF. Ele (Cintra) quer mexer. São tudo propostas. Então não vai dizer lá na frente que eu recuei;, afirmou.

Questionado se seria contra o tributo sobre movimentações financeiras, avisou que não tolerará uma CPMF. ;Vocês me colocam em uma situação que eu não gostaria de falar. Não é minha. Eu já falei pra vocês. (...) CPMF que posso falar, não (vai ter);, declarou. Admitiu, contudo, que há o interesse em reduzir as faixas máximas do Imposto de Renda para trabalhadores. ;(Temos) proposta para facilitar o IR para aumentar a base, diminuir o imposto, de 27,5%. Grande parte paga o IR e recebe, por que essa brutal democracia. Nós sabemos também que não são todos, muita gente arranja nota fiscal para justificar educação, saúde. Queremos acabar com isso simplificando;, destacou.

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