Agência Estado
postado em 12/08/2019 19:16
As bolsas de Nova York fecharam em queda nesta segunda-feira, 12, e devolveram grande parte dos ganhos da última semana, pressionadas pelo forte sentimento de aversão a risco que prevaleceu no pregão. Tensões geopolíticas, incertezas globais e cautela levaram todos os subíndices do S 500 a fechar no negativo nesta segunda-feira.
O índice Dow Jones caiu 1,48% para 25.897,71 pontos, enquanto o S 500 recuou 1,22% para 2.883,09 pontos e o Nasdaq perdeu 1,20%, aos 7.863,41 pontos. Após a recuperação observada nas últimas sessões, os três índices se aproximam novamente dos níveis de fechamento de 5 de agosto, pior dia do ano para as bolsas nova-iorquinas.
As perdas foram encabeçadas pelo setor financeiro, que recuou quase 2% no S 500 e viu baixas como Citi (-3,06%), Morgan Stanley (-2,92%) e Goldman Sachs (-2,88%). O impacto também foi forte nos bens de consumo, com recuos incluindo General Motors (-2,10%), McDonald's (-1,84%) Nordstrom (-2,35%) e Amazon (-1,25%).
"Setores cíclicos, como os de finanças e bens de consumo, lideraram perdas à medida que investidores buscaram abrigo em ativos seguros", afirmam os economistas Sumedh Deorukhkar e Vitor Sun Zou, do BBVA. A busca por segurança se refletiu no recuo dos rendimentos dos Treasuries, e no ouro, que fechou no maior nível em seis anos.
No primeiro pregão da semana, a retomada do apetite por risco que se ensaiou nas sessões anteriores não resistiu ao peso acumulado da guerra comercial entre Estados Unidos e China, risco de dissolução do governo na Itália, vitória do kirchnerismo nas eleições primárias na Argentina e agravamento das tensões entre governo e manifestantes em Hong Kong. Além disso, a China fixou novamente o dólar acima da marca psicológica de 7 yuans nesta segunda-feira, o que pode gerar mais tensões com os EUA.
"Embora houvesse causas regionais para uma desaceleração global no segundo semestre de 2018, os obstáculos à confiança das empresas causados por conflitos políticos são amplos e comuns em 2019", avalia o economista-chefe do JPMorgan, Bruce Kasman. Para o especialista, apesar da "mensagem reconfortante" dos indicadores recentes, os EUA deixam claro com as tarifas que "não defendem o comércio global baseado em regras", o que prejudica o sentimento econômico e produz estagnação nos investimentos.