Muitos trabalhadores ficaram animados e surpresos ao saber que existem R$ 23 bilhões a serem sacados nos fundos PIS e Pasep. A ideia de talvez ter um tesouro escondido em uma conta antiga foi motivo de folia para a vendedora, Fabiana Felix, 39 anos. “Me deu até alegria essa quantidade de números, eu acho que a maioria dos brasileiros nem sabe disso. Eu com certeza vou correndo ver se tem algo na conta da minha mãe, que faleceu há alguns anos”, conta a vendedora. O avô dela tem uma quantia para receber do fundo, algo como R$ 15 mil.
A autônoma de 43 anos, Sandra Ferreira presenciou essa euforia de perto. Um parente que trabalhou durante muitos anos com a carteira assinada e acreditava não ter nenhuma quantia para receber, se surpreendeu. Quando foi checar, descobriu que poderia sacar cerca de R$ 10 mil, que estavam “escondidos”. “Do jeito que a coisa anda, até se tiver R$ 50 guardados já ajudam”, desabafa.
Dinheiro parado
Para o professor de finanças do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Ricardo Rocha, o dinheiro “parado” no fundo “é como se tivesse uma caixa d’água na seca e ninguém soubesse que ela estava lá”. “As pessoas sempre procuram cofrinhos e ações dos avós atrás de dinheiro. É uma verdadeira caça ao tesouro”, aponta o especialista. Para ele, esse fundo pode ser importante principalmente por causa do número de brasileiros negativados.
Mesmo algumas pessoas de mais idade, como o mestre de obras, José Barbosa, 60 anos, que lembram da época em que o fundo funcionava, parecem ter ficado sem muita informação sobre o próprio dinheiro. “Nunca chequei a minha conta do PIS, pois me disseram, na época, que só poderia ser sacado quando eu falecesse”, diz. Sobre a enorme quantidade de dinheiro guardada nos fundos e o que faria com ele, o mestre de obras sonha: “R$ 23 bilhões é muita coisa, eu queria só um quarto disso. Adoraria investir em imóveis, porque dinheiro na mão, some. Eu estudei pouco, então eu contrataria alguém para administrar tudo isso pra mim”.
A aposentada Korina Nabofarzan, 54 anos, decidiu ir à agência do banco assim que soube da notícia. “Meu pai é falecido, trabalhou na Polícia Federal e contribuiu durante muito tempo. Eu acho que ele retirou o dinheiro na época, mas eu vou na agência dele agora mesmo para checar. Ainda bem que sempre carrego o CPF dele. Se tivesse uns R$ 20 mil ali pra mim, eu morreria do coração, iria embora do Brasil na hora. Não ficaria mais aqui”, afirma. (CD, TM, GP)