Agência Estado
postado em 19/08/2019 11:21
Com bons ventos soprados pelos mercados acionários em Nova York, onde os índices sobem mais de 1%, o Ibovespa ganhou força e se firmou na marca dos 100 mil pontos, que já havia sido retomada minutos após a abertura da sessão de negócios local. Agora, também acompanhando o movimento externo, o dólar passou a subir frente ao real.
"O mercado local não está com tanto fôlego. Para o dia de hoje, a expectativa é positiva, pois noticiário não está tão ruim. O foco está nos estímulos a serem dados para suas economias", ressalta Luiz Roberto Monteiro, operador de renda variável da corretora Renascença.
Na sexta-feira, o indicador encerrou a sessão aos 99.805,78 pontos, em alta de 0,76%, insuficiente para reverter perdas de 4% na semana. Às 10h42, O Ibovespa subia 0,86%, aos 100.665,05 pontos. Em NY, Nasdaq operava com ganhos de 1,27%.
O foco dos investidores segue nas atitudes que as autoridades vão tomar para tentar conter a desaceleração global e as negociações comerciais entre Estados Unidos e China. Para o banco holandês ING, ajustes de liberalização no sistema de taxa de juros da China, anunciados no fim de semana, são mais um passo no sentido de o país adotar a livre flutuação do yuan, mas o progresso nessa direção será "obviamente" lento. No sábado (17), o banco central chinês (PBoC) disse que vai aperfeiçoar o mecanismo usado para estabelecer a principal taxa de empréstimos a partir deste mês, com o objetivo de reduzir os custos de financiamento das empresas.
Do lado vizinho, um momento de calmaria, pois o feriado mantém mercados financeiros fechados na Argentina. No sábado, Nicolás Dujovne renunciou ao cargo de ministro da Fazenda e será substituído por Hernán Lacunza, que é secretário da Economia da província de Buenos Aires.
Com relação ao petróleo, os contratos futuros apresentam alta, mesmo com o dólar mais forte. Os preços têm 1% como piso para subida após um ataque de separatistas do Iêmen a um campo petrolífero saudita. Em contrapartida, a cotação do minério de ferro negociado no porto de Qingdao, na China, encerrou esta segunda-feira em baixa de 1,31%, cotado a US$ 88,40 a tonelada em meio uma preocupação com a falta de demanda no mercado.
Por aqui, os investidores estrangeiros seguem retirando recursos da bolsa brasileira e sacaram R$ 270,848 milhões na última quinta-feira, dia 15. Em agosto, o saldo de capital estrangeiro na Bolsa é negativo em R$ 8,723 bilhões, e, no ano, negativo em R$ 19,157 bilhões.
Mais cedo, projeções do relatório Focus mostram que os analistas já estimam alta de 0,83% ante 0,81% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2019. Há quatro semanas, a estimativa de crescimento era de 0,82%. Para 2020, o mercado financeiro alterou a previsão de alta do PIB de 2,10% para 2,20%. Quatro semanas atrás, estava em 2,10%.