Economia

Relator barrará CPMF

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 23/08/2019 04:05

O relator da reforma tributária e líder da maioria na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), adiantou, em entrevista ao Correio, que vai barrar qualquer projeto de criação de um imposto sobre movimentações financeiras, nos moldes da extinta CPMF. Ontem, o presidente Jair Bolsonaro disse que conversará sobre a proposta com o ministro da Economia, Paulo Guedes. ;Vamos aguardar. Mas continuo achando que CPMF, pequena ou grande, aqui não passa;, disse. Ribeiro engrossa o coro dos deputados contrários à ideia, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que voltou a afirmar nesta semana que o tributo não voltará.

As discussões na equipe econômica sobre um novo tributo ocorrem pouco tempo depois de o presidente Jair Bolsonaro garantir que seu governo não criaria mais impostos. ;Queremos simplificar os tributos federais e não criando nenhum novo imposto. CPMF de volta, não;, disse o presidente em 19 de julho. A equipe econômica, no entanto, defende a criação da Contribuição Social sobre Transações e Pagamentos (CSTP), com alíquota mais baixa, de 0,22%.

O líder do PSL na Câmara, deputado Delegado Waldir (GO), considera que não haveria aumento da carga tributária com a taxação das movimentações financeiras. ;Sou favorável à criação, porque é uma forma de inibir a sonegação fiscal e não vai aumentar a carga tributária;, disse. Já o deputado maranhense Márcio Jerry, vice-líder do PCdoB, criticou: ;O governo Bolsonaro demonstra, uma vez mais, improvisação e incapacidade de apresentar um projeto seguro para o país, pelo menos de médio prazo;.

  • Inflação abaixo da expectativa

    O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de agosto ficou abaixo das previsões do mercado, dando sinais de que a inflação oficial está comportada devido à fraca atividade econômica. Fechou em alta de 0,08%, apenas 0,01 ponto acima da taxa de julho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a menor variação para o mês em nove anos. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, quatro apresentaram deflação de julho para agosto. Com isso, analistas devem continuar reduzindo suas projeções para o indicador oficial do custo de vida, abrindo espaço para novos cortes na Selic (taxa básica da economia), atualmente, em 6% anuais, o menor patamar da história.

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