Economia

Couro brasileiro é boicotado por marcas após queimadas na Amazônia

Desde a semana passada, quando os incêndios na Amazônia começaram, havia a preocupação com o possível boicote

Bernardo Bittar
postado em 28/08/2019 11:18
Incêndios na Amazônia
As queimadas na Amazônia fizeram com que a compra de couro brasileiro fosse suspensa por ao menos 18 marcas de roupas e calçados internacionais, como Kipling, Timberland, Vans e The North Face. A informação foi passada, nesta terça-feira (27/8), pelo Centro das indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), associação que representa as empresas produtoras de couro, em carta enviada ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

"Recentemente, recebemos com muita preocupação o comunicado de suspensão de compras de couros a partir do Brasil de alguns dos principais importadores mundiais. Esse cancelamento foi justificado em função de notícias relacionando as queimadas na região amazônica ao agronegócio do país. Para uma nação que exporta mais de 80% de sua produção de couros, chegando a gerar US$ 2 bilhões em vendas ao mercado externo em um único ano, trata-se de informação devastadora", afirma José Fernando Bello, presidente executivo do CICB.

Para a entidade, há uma interpretação equivocada do comércio e da política internacionais sobre o que realmente ocorre no Brasil e o trabalho da iniciativa privada, com bom manejo, gestão e sustentabilidade. Ainda assim, o presidente do CICB lembra que é "inegável a demanda de contenção de danos à imagem do país no mercado externo sobre as questões amazônicas". Por fim, Bello cita uma lista de empresas que suspenderam novas encomendas de couro brasileiro, o que inclui Timberland, Kipling, Vans, Walls, Eastpack, JanSport, The North Face, Bulwark e outras.

José Fernando Bello lembra que a entidade tenta rever o quadro, mas pede ao ministério uma "atenção especial sobre a realidade que já nos é posta, com a criação de barreiras comerciais por importantes marcas ao produto nacional". Desde a semana passada, quando os incêndios na Amazônia começaram, havia a preocupação com o possível boicote de produtos brasileiros no exterior. Além do couro, o Brasil também é grande exportador de soja e de laranja, por exemplo.

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