postado em 29/08/2019 04:04
Apesar de a Taxa Básica de Juros (Selic) estar no menor patamar histórico (6% ao ano), os juros no rotativo do cartão de crédito (quando o consumidor não paga o total da fatura) e do cheque especial continuam acima de 300%. De acordo com o Banco Central, a taxa cobrada nesta modalidade de crédito pelos cartões atingiu 300,3%, em junho, com alta de 0,2 pontos percentuais em relação a maio (300,1%) e incremento de 27,7 pontos nos últimos 12 meses (em 2018, a taxa anual era de 272,5%). Já a do cheque especial ficou em 318,7%, apesar da queda de 3,5%. Como são linhas de crédito caras e de alto risco, ;o consumidor deve fugir dela o quanto puder;, aconselhou Fernando Rocha, chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central.
Para os consumidores, no dia a dia, não tem sido fácil equilibrar as dívidas. O garçom Lucas Serra, 26 anos, morador do Colorado, usa o cartão para transações simples, como viagem em carros de aplicativo, alimentação e compras de jogos on-line. Às vezes extrapola, mas sempre paga os gastos. No último mês, porém, não conseguiu quitar a fatura. ;Fiquei devendo a metade. Os juros só aumentam. Esse mês vou ficar apertado, mas quero pagar tudo para não me sacrificar depois;, afirmou.
A moradora do Jardim Botânico Thaise Sousa Melo, 24, sempre se mantém longe das dívidas. No entanto, em julho, se deparou com as despesas da revisão do carro. Decidiu parcelar em cinco vezes. A fatura de R$ 700 saltou para R$ 2,7 mil. ;Sempre que sou pega de surpresa, não consigo sair da bola de neve do cartão de crédito;, admitiu.