Economia

IBovespa reage após PIB melhor que esperado, mas dólar sobe a R$ 4,17

Resultado do crescimento fez Bolsa voltar ao patamar dos 100 mil pontos, mas crise argentina prejudicou o real perante o dólar

Rafaela Gonçalves*
postado em 29/08/2019 20:26
IbovespaO mercado financeiro repercutiu o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) acima do esperado,nesta quinta-feira (29/8), e o IBovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), voltou ao patamar dos 100 mil pontos. O dado positivo, que descartou uma recessão técnica, animou investidores, e o dia terminou com alta de 2,37%, a 100.524 pontos. A elevação acompanhou as bolsas internacionais, que repercutiram o fato de a China apresentar uma retórica mais amena em relação à guerra comercial com os Esatdos Unidos.

O economista da BlueMetrix Ativos, Renan Silva, diz que o dia foi de otimismo e superação dos impactos da crise argentina. "Reparamos que, no último mês, a Bolsa vinha em processo de realização, e o câmbio pressionado ficou sempre acima de R$ 4, um reflexo da crise comercial entre Estados Unidos e China e os sinais de uma possível recessão global. Sem mencionar a contaminação do Brasil pela crise da Argentina", analisa.

Daniel Linger, estrategista-chefe da RB investimentos, atribui a baixa do índice no início da semana a problemas internos e a recuperação nesta quinta-feira à expectativa de crescimento econômico e ao cenário internacional. "As baixas ocorreram devido a um problema brasileiro diplomático, com os ataques entre Macron e Bolsonaro. Estamos discutindo depois de 20 anos o acordo do Mercosul", lembra.

O analista ainda ressalta o avanço da reforma da Previdência: "A reunião entre Maia, Alcolumbre e Tasso em relação à PEC paralela da Previdência também refletiu positivamente, com o alinhamento da expectativa de que a questão de estados e municípios seja votada ainda em 2019."

Dólar a R$ 4,17

O dólar, por sua vez, teve um dia de bastante volatilidade, mas ainda assim renovou o maior patamar do ano, fechando a R$ 4,17. É também o maior valor desde 13 de setembro de 2018, quando fechou em o recorde de R$ 4,19. O impacto maior veio da decisão da Argentina de renegociar o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). A ação ainda não é considerada calote, por não mencionar redução do montante devido, mas refletiu negativamente nos países emergentes.

"O investidor internacional ainda não está confortável em investir em países emergentes. Essa manutenção se deve à saída de capitais de investimentos estrangeiros, que se protegem em relação ao risco de países emergentes", analisa Linger.

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