Rafaela Gonçalves*
postado em 30/08/2019 18:54
O IBovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), operou mais uma vez em alta nesta sexta-feira (30/8). O índice que iniciou a semana com três pregões negativos voltou ao patamar dos 100 mil pontos na sessão anterior e encerrou a semana com alta de 0,61% a 101.135 pontos. Após o dólar renovar a máxima do ano a R$ 4,17, a moeda voltou a recuar, com perda de 0,69% fechando a R$ 4,141.No âmbito doméstico os investidores continuaram repercutindo o crescimento do PIB acima do esperado e os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE, que registou um recuo na taxa de desemprego no país no segundo trimestre do ano. O índice teve recuo de 0,6 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, terminando a 11,8%.
;Os dados do PIB do trimestre e o que chama ainda mais atenção é que o que impultrinou essa alta foi indústria e serviços. Nesse sentido o que se espera é que principalmente o varejo continue nos próximos trimestres com indicadores positivos, uma vez que o consumo está represado, espera-se um estímulo e maior atividade em decorrência das reção da Selic;, analisa o economista da G2W investimentos, Ciro Almeida.
A semana termina com um tom mais brando da guerra comercial entre China e Estados Unidos, onde dirigentes chineses declararam que as retaliações feitas às tarifas impostas pelos EUA já são suficientes e que foram retomadas as conversas para um acordo que coloque fim nas tensões.
O analista da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman, ressalta o movimento de consolidação de um cenário positivo. ;A gente ainda não pode falar em retomada de crescimento no Brasil, mas o avanço que vimos foi bom para jogar por terra a ideia de recessão técnica, então sem essas âncoras para baixo a bolsa ficou mais livre para fluir normalmente. Os investidores também aparentam estar mais propensos a tomar risco, com um cenário internacional ameno, vimos a soma de um ambiente interno com mais apetite e externo mais neutro e foi o suficiente para corroborar ontem e hoje na margem aos bons frutos;, diz.
Além das tensões comerciais, pressionou também o câmbio durante a semana o anúncio do governo da Argentina, que pediu prazo maior para pagar obrigações de curto prazo e pretende renegociar o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Agência de risco S deu como nota de crédito para o país um ;calote seletivo;. O Banco Central Brasileiro atuou com leilões de dólar à vista para tentar conter a moeda norte-americana.
Para o economista e diretor executivo da corretora de câmbio NGO, Sidnei Moura Nehme, a medida de sustentação para o dólar pode inibir cortes na Seliac. ;Em tese pode não ser crível esta premissa, mas a atitude pode induzir a este entendimento, tendo ao fundo a busca de uma dinâmica que motive o setor produtivo a exportar, ainda que com o cenário externo pouco favorável, buscando tirá-lo do desalento e visando repor vitalidade a retomada a atividade econômica;, analisa.