Economia

Juros futuros fecham em queda e diminuem alta de prêmios acumulados na semana

Agência Estado
postado em 30/08/2019 18:16
Os juros futuros aceleraram a queda à tarde e fecharam nas mínimas, ou perto delas, a sessão regular desta sexta-feira, marcada pela ampliação da correção do que os operadores consideraram estresse excessivo do começo da semana, quando as taxas dispararam com forte aumento de volume. O alívio nos prêmios teve início na quinta à tarde, mas ganhou força nesta sexta na medida em que o dólar caiu abaixo dos R$ 4,15 e o mercado voltou a apostar de maneira mais consistente num corte de 0,50 ponto da Selic no Copom de setembro. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020, que melhor capta a percepção para as reuniões do Copom em 2019, fechou na mínima de 5,415%, de 5,460% na quinta no ajuste, e a do DI para janeiro de 2021 recuou de 5,619% para 5,53%. O DI para janeiro de 2023 encerrou também na mínima, de 6,58%, de 6,721%. O DI para janeiro de 2025 fechou com taxa de 7,11%, de 7,221% no ajuste. Nas mesas de operação, a avaliação é de que o movimento anterior, de alta das taxas no começo da semana, é que estava errado, provocado pela estilingada do dólar para perto de R$ 4,20 seguida pelas novas formas de atuação do Banco Central no câmbio que deixaram o mercado perdido. "O pessoal ficou confuso com a atuação do BC e descontou no juros. E o movimento foi amplificado pela dinâmica da maldição dos robôs", afirmou Paulo Nepomuceno, estrategista de renda fixa da Coinvalores. Mas, pelo fundamento de inflação baixa e atividade fraca, a tendência é de queda das taxas. "O dólar não vai voltar para R$ 3,80, mas também não vai contaminar a inflação", diz. Nesse processo de "normalização" do rumo das taxas, o otimismo sobre os cortes da Selic voltou a crescer e a aposta em torno da redução de 0,5 ponto no próximo Copom, a ser amplamente majoritária. Segundo o Haitong Banco de Investimento, a curva a termo apontava chance de 70% de queda de 0,5 ponto e 30% de possibilidade de redução de 0,25 ponto, ante 56% e 44% na quinta. Ajudou ainda na redução da inclinação da curva a menor aversão ao risco no exterior, diante da melhora nas perspectivas para o acordo comercial entre a China e os Estados Unidos e a "desinversão", nesta tarde, da curva do rendimento dos Treasuries de 2 e 10 anos. O movimento de inversão antecedeu todas as últimas nove recessões americanas desde os anos 1950 e, por isso, é considerado um predecessor de depressões econômicas. A despeito do recuo nesta sexta-feira, as taxas ainda não recuperaram os níveis vistos no fim da semana passada, com os principais contratos terminando com alta entre 10 e 17 pontos-base a depender do vencimento. Do mesmo modo, os juros encerraram agosto, mês em que o dólar subiu 8,45% ante o real, em patamares muito acima dos registrados no fim de julho nos vencimentos longos, de 23 pontos-base no caso dos DIs para janeiro de 2023 e janeiro de 2025.

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