postado em 31/08/2019 04:04
O desequilíbrio das contas públicas e a necessidade de cortar gastos para se manter na meta fiscal deste ano prejudicam o funcionamento de órgãos públicos. Funcionários da Receita Federal chegam a afirmar que a situação é bem pior do que está sendo divulgado. No Fisco, além de cortes em concursos, reajustes e cafezinho, após o contingenciamento de mais de R$ 33 bilhões, operações, como a Fronteira Blindada ; reúne forças de segurança em ações de fiscalização e abordagens a veículos e pessoas para o combate do tráfico de drogas e de outros crimes, em todo o país ; estão prejudicadas. Falta dinheiro para deslocamento e acomodação de servidores, denunciam.
Em 7 de setembro, cinco funcionários administrativos sairiam de Brasília e de Goiás, em direção a Mato Grosso do Sul, para compor a equipe na fronteira, no entanto, o embarque foi suspenso. Na tarde de quinta-feira, eles foram surpreendidos com o comunicado do cancelamento por falta de verba para bancar passagem de avião e hospedagem. ;De 15 em 15 dias, cinco servidores de Goiás e de Brasília vão para Mundo Novo (MS). Pela primeira vez na história, desmarcaram tudo. E ninguém sabe como as pessoas que estão lá vão retornar. Eles só voltam, quando chega uma equipe nova;, explicou um funcionário.
Por meio de nota, a Receita confirmou que ;os trabalhos da operação estão sendo otimizados e readequados às novas restrições orçamentárias no cenário atual, com investimentos em inteligência e gestão de risco;. Não deu detalhes sobre o cancelamento das viagens de 7 de setembro.
Agências
Para cortar despesas, a Receita está, também, fechando agências e redistribuindo pessoal. Um dos motivos é a redução do número de chefias. No início do ano, o Executivo cortou 22% dos cargos de confiança. Na quinta-feira, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) a Portaria n; 1.440, comunicando o encerramento das atividades de cinco agências em Goiás, Bahia e Rio Grande do Sul, a partir de segunda-feira, pelo prazo de dois anos.
Por determinação do secretário Marcos Cintra, ontem, as coordenações de Gestão de Pessoas (Cogep) e de Programação e Logística (Copol) teriam que apresentar a relação dos servidores removidos, o impacto das remoções, os valores envolvidos nessa movimentação de funcionários com o fechamento das unidades, além os impactos orçamentários totais. Até a tarde de ontem, a Receita não informou se as coordenações apresentaram os dados.