Um tipo alternativo de instituição financeira tem chamado a atenção dos consumidores do país. As chamadas cooperativas de crédito, apesar de ainda representarem uma fatia pequena do bolo no mercado, crescem em ritmo acelerado. De acordo o Banco Central, a participação do segmento passou de 9,10%, em 2017, para 12,52%, em 2018. Isso se dá, em parte, porque a taxa do empréstimo pessoal nas cooperativas é, em média, metade das cobradas pelos bancos tradicionais, além de distribuírem o lucro entre seus associados.
Na última quinta-feira, o Conselho Monetário Nacional (CMN) mudou a regra para emissão de letras financeiras por cooperativas de crédito, buscando, com isso, ampliar a possibilidade de captação de longo prazo dessas instituições, a fim de fomentar as atividades desse segmento. Antes, as cooperativas podiam emitir Letras Financeiras, mas, apenas, para composição do patrimônio de referência. Agora, não haverá mais essa restrição.
O vice-presidente da Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebras) e diretor- presidente na Sicoob Executivo, Luiz Lesse, destaca a importância da flexibilização da regulamentação para o avanço do setor. ;O sistema nacional de crédito cooperativo, desde a primeira normatização pelo BC, iniciou trajetória de ascendência. O arcabouço jurídico-normativo é muito fácil e, com a nova legislação e normativas, só cresceu. Tem havido flexibilização, mas as exigências também são cada vez maiores também;, afirma.
O Brasil tem atualmente cerca de 918 cooperativas de crédito com 6.037 pontos de atendimento. Há 182 municípios que contam apenas com o atendimento de cooperativas, todos com população abaixo de 15 mil habitantes, mas o cooperativismo ainda engatinha em comparação a países de primeiro mundo. Somente 4% dos brasileiros são associados, enquanto nos Estados Unidos, 30% da população é cooperada e na Alemanha, 22%.
O diretor executivo da Cooperforte, Kedson Pereira Macedo, destaca as vantagens do cooperativismo. ;Entre os nichos do mercado financeiro as cooperativas são uma opção bastante positiva em relação aos bancos por possuírem todo o portfólio de produtos e serviços que instituições tradicionais disponibilizam com taxas mais acessíveis, além do cliente ser o dono. Em função desse atendimento personalizado é que as cooperativas de destacam;, diz.
O comerciante José Francisco de Sá, 52, acredita que esse tipo de investimento é uma boa opção para pessoas jurídicas. ;Depende muito do trabalho de cada pessoa e de seu comércio, mas, até agora, não tenho do que reclamar. É prático e tem atendimento personalizado; ressalta.
Por outro lado, há ainda quem prefira os bancos tradicionais. O gerente de restaurantes, Cleber Vieira, 36, reclama da falta de caixas eletrônicos. ;Tenho conta aqui só por causa da empresa mesmo, porque não era a minha intenção. Prefiro usar só para os depósitos da empresa, é uma conta-salário, pois preciso ir à agência para qualquer coisa.;
* Estagiárias sob supervisão de Rozane Oliveira