Economia

Empresas de capital fechado adotam poucas ferramentas de governança

Entre esse segmento, as pequenas estão mais atrasadas e as grandes e estatais, mais adiantadas

Cláudia Dianni
postado em 02/09/2019 17:20
Entre esse segmento, as pequenas estão mais atrasadas e as grandes e estatais, mais adiantadasSão Paulo - As empresas de capital fechado possuem estágio inicial com relação à adoção de boas práticas de governança corporativa. Em uma pontuação que varia de zero a 100 pontos, desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), a pontuação média atingida foi 34,6 pontos.

As Pequenas empresas, aquelas com faturamento até R$ 20 milhões, obtiveram a menor pontuação, 19,1 pontos; as média, com faturamento entre R$ 20 milhões a R$ 100 milhões, alcançaram pontuação média de 26,6 pontos; as empresas com faturamento anual entre R$ 100 milhões e R$ 400 milhões, obtiveram 39,9 pontos; as grandes empresas, com faturamento acima de R$ 400 milhões, atingiram 46,6 pontos,e as estatais, 45,2 pontos.

A divulgação do resultado da Métrica de Governança Corporativa, primeira avaliação para esse segmento conduzido pelo IBGC, foi feita nesta segunda-feira, no 20; Congresso do instituto, que este ano tem como tema Fator Humano na Governança Corporativa, que reúne 700 conselheiros e especialistas em governança corporativa até amanhã, em São Paulo.

De acordo com o gerente de Pesquisa e Conteúdo do IBGC, Luiz Martha, o objetivo da pesquisa é que as próprias empresas se autoavaliem e, com base no resultado, sejam estimuladas a desenvolver maturidade em termos de governança corporativa.

;Estamos aquém do que poderíamos estar, mas é uma régua exigente e a maioria das empresas de capital fechado ainda está em estágio inicial no tema da governança corporativa. As estatais, acredito que, devido às exigências das Lei das Estatais, e aquelas com maior faturamento, adotam mais práticas;, comparou. Para ele, a governança pode ajudar as empresas a melhorar o processo decisório e a aplicação dos padrões de governança corporativa pode aumentar longevidade dos negócios.

Na avaliação do especialista, a maior dificuldades das empresas familiares, para adotar ferramentas de governança, é a divisão de poder. ;Geralmente há uma concentração de poder no dono;, disse. Já nas empresas não familiares, a maior dificuldade são os custos. ;Geralmente pensam que é preciso adotar todas as práticas de uma só vez, o que não é verdade. Além disso, tem o desafio da falta de cultura de boa governança. ;As empresas de capital aberto estão mais acostumadas com a transparência, pois publicam balanços;, disse.

O questionário possui 51 perguntas, divididas em cinco dimensões de práticas corporativas sócios, conselho, diretoria, fiscalização e controle e conflitos de interesse, além de uma específica para empresas familiares.

De acordo com Martha, 103 empresas participaram do questionário, que é gratuito e pode ser feito online no site do IBGC. ;O objetivo não é avaliar as empresas, pois elas mesmas se avaliam, já que recebem um relatório e podem contar com sigilo com relação às informações recolhidas;, disse. A pesquisa está disponível a qualquer empresas com capital fechado, exceto as inscritas no Simples. ;A régua para esses empresas teria que ser outra, mais adaptada. Estamos pensando que tipo de ferramenta podemos oferecer para essas empresas;, disse.

A repórter viajou a São Pailo, a convite do IBGC

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