postado em 03/09/2019 04:05
Estudo divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) afirma que a criação de um novo sistema de proteção social, a partir da fusão de programas hoje existentes, permitiria a inclusão de 17 milhões de crianças brasileiras em situação de vulnerabilidade, sem provocar maiores gastos. O levantamento Uma proposta para a unificação dos benefícios sociais de crianças, jovens e adultos pobres e vulneráveis propõe integrar Bolsa Família, salário-família, abono salarial e dedução por dependentes no Imposto de Renda da Pessoa Física.
De acordo com o Ipea, a unificação dos benefícios de proteção social aceleraria a redução da pobreza e da desigualdade no Brasil. Sergei Soares, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea, disse que a proposta traria significativas mudanças na vida de crianças do Norte e do Nordeste do Brasil. ;Esse novo sistema é duas vezes mais eficaz do que os programas que existem hoje;, afirmou.
A proposta prevê três benefícios: um de R$ 45 por criança e jovem com menos de 18 anos, universal e independente da renda; o segundo, de R$ 90 por criança de até quatro anos, pagos integralmente até a linha de elegibilidade, e regressivo à medida que a renda aumente; o terceiro seria um benefício focalizado na pobreza extrema, com valor de R$ 44, pago a todos nessa condição, com ou sem filhos.
O Ipea calcula que o programa não extrapole os R$ 52,8 bilhões destinados às políticas de proteção à infância e à pobreza. ;Só vai gastar o que já está sendo gasto;, disse Sergei Soares.