Economia

Economia brasileira voltará a crescer no fim de 2019, diz presidente do BC

Para Roberto Campos Neto, a partir do quarto trimestre deste ano, país vai recuperar produtividade da economia

Augusto Fernandes
postado em 05/09/2019 11:35
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, reconheceu nesta quinta-feira (5/9) que a economia nacional passa por um momento de dificuldade e apresenta desempenho abaixo do esperado, mas projetou que o Brasil vai registrar resultados mais sustentáveis ainda em 2019, especialmente entre outubro e dezembro.

"O crescimento (da economia) está aquém do que nós gostaríamos. Temos na margem uma recuperação pequena. Acreditamos que estamos passando pelo pior momento e vamos começar a crescer no segundo semestre, mais provavelmente no quarto trimestre", comentou Campos Neto, durante a conferência "Agenda do Brasil para Crescimento Econômico e Desenvolvimento", organizada pelo Council of the Americas (COA).

De acordo com o presidente do BC, é importante a redução de juros no país. Mesmo com taxa básica (Selic) no piso histórico de 6%, Campos Neto frisou que o spread bancário ; cobrado de consumidores e empresas nos pedidos de empréstimos ; "é mais alto do que o BC gostaria". Por conta disso, ele garantiu que a autoridade monetária negocia a redução dos valores cobrados

Segundo Campos Neto, o BC trabalha em medidas para reduzir essas taxas, e citou a do cheque especial, que supera os 300% ao ano. "Temos um sistema bancário que é altamente regressivo. Não encontramos um sistema tão regressivo como o Brasil. Quem está embaixo e usa os programas emergenciais com mais frequência paga por quem está em cima e nunca usa", analisou.

Durante o discurso, Campos Neto ainda confirmou a votação do projeto de autonomia do BC para ;as próximas semanas;. "É um projeto que deve ser votado em breve, espero que nas próximas semanas. Países que têm maior independência têm inflação mais baixo, assim como volatilidade de inflação mais baixa. Acho que o Brasil está maduro", opinou.

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