Economia

Indicador de bem-estar financeiro aponta que brasileiros não sabem poupar

Pesquisa indica que jovens são os que menos conseguem chegar ao fim do mês com alguma reserva ou cobrir imprevistos

Cristiane Noberto*
postado em 05/09/2019 17:18
Pesquisa indica que jovens são os que menos conseguem pouparSete em cada 10 pessoas não estão preparadas para imprevistos financeiros. Essa é a realidade mostrada na pesquisa realizada em agosto pelo Indicador de Bem-Estar Financeiro. A pesquisa também indicou que a população acima de 50 anos é a que tem melhor controle nessa questão.

A pesquisa ainda sinaliza outra realidade preocupante: 60% dos brasileiros chegam ao fim do mês sem sobras de dinheiro; 29% conseguem, às vezes, fazer uma reserva; e apenas 10% guardam sempre ou frequentemente alguma quantia. Já 22% temem que o dinheiro não dure. Comparado a julho, o índice cresceu 0,9 ponto.

Para o educador financeiro do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) José Vignoli, tradicionalmente o brasileiro não se planeja financeiramente. Segundo ele, é somente quando vem o imprevisto que as pessoas se dão conta disso. ;As pessoas reclamam que não têm recursos, mas nunca pensaram em ter uma reserva. Quando tem uma renda maior, não reservam uma poupança, então quando tem o imprevisto surge essa dificuldade;, afirmou.

Com isso, várias dificuldades são apontadas. Segundo o levantamento, 61% dos entrevistados não aproveitam a vida como gostariam por administrar mal o dinheiro; 57% não planejam ações para garantir futuro financeiro, 31% não conseguem viver plenamente em razão de sua condição financeira e 43% afirmam que nunca ou raramente poderiam dar um presente ; seja de casamento, aniversário ou em alguma outra ocasião especial ; sem prejudicar as finanças do mês.

Para se preparar para o futuro, Vignoli dá a dica: é preciso colocar todas os gastos num papel ou aplicativo. "Somente quando a pessoa tem noção de quanto ganha e quanto gasta é possível fazer uma projeção financeira e se não tiver dinheiro para poupar, não deve gastar com nada de extra", avaliou.

O educador afirma que não é preciso deixar de fazer as coisas que sempre faz como sair, ir a um show ou tomar um chope, mas essas necessidades não devem ser feitas todos os fins de semana, por exemplo. "Tudo é questão de equilíbrio. Deve-se viver dentro das condições financeiras. Não é porque meu colega faz que eu farei também", disse.

Siga as dicas do educador financeiro:

  • Assim que receber o salário guarde uma parte dele imediatamente e o que sobrar você gasta, passou disso, acabou;
  • Utilize as verbas disponíveis para as atividades destinadas. Por exemplo, se você tem um valor para gastar com almoço, gaste somente com o almoço e somente esse valor, não extrapole com lanches ou doces;
  • Leve comida de casa. "Não precisa ter vergonha, você está poupando para seu futuro."
  • O ideal é começar a organização do zero. No primeiro mês vai andar meio torto, o segundo melhora e o terceiro está bem tranquilo;
  • Mesmo que haja uma situação que não consiga o valor de todos os meses, guarde o mínimo;
  • Acredite que o tempo passa e aquele dinheiro que você está guardando hoje vai render a longo prazo.

* Estagiária sob supervisão de Roberto Fonseca

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