Economia

Planos incluem abertura de capital no mercado americano

postado em 06/09/2019 04:05
Rafael Menin Teixeira de Souza, CEO da MRV, acredita que a nova fase da MRV nos EUA, por meio da AHS, resultará em um ;modelo estrondoso; de negócio. Isso por conta da combinação de investimentos em tecnologia, os ganhos de eficiência e a demanda reprimida. Essas características levam o executivo a pensar na possibilidade de, no futuro, levar a AHS a fazer um movimento em direção ao mercado de capitais dos EUA.

Com a aprovação da aquisição, Ernesto Lopes seguirá como CEO da AHS. O executivo explica que o mercado imobiliário americano só perde para o da China, mas que vem sofrendo com a falta de investimento nos últimos anos, o que causou um descompasso entre oferta e demanda.

A AHS atua nos segmentos de baixa e média rendas. Um dos motivos é o comportamento da renda dos americanos. A classe média, explica Lopes, vem empobrecendo, e cada vez se assemelha mais ao perfil latino-americano. De 2011 a 2017, diz o executivo, houve um aumento grande da classe operária, que gasta de 40% a 60% da renda para pagar aluguel, o que ele avalia como algo ;insustentável;.

;Pagam muito, não há oferta de imóveis e faltam recursos para morarem bem. Hoje, acabam vivendo em apartamentos ruins, de 40, 60 anos, e o desembolso é elevado. São professores, enfermeiros, policiais, secretárias, recepcionistas e vendedores de loja;, explica Lopes.

Além de contar com a demanda reprimida, o executivo da AHS acredita que o modelo de negócio multifamiliar deverá ter cada vez mais usuários. Isso deve ocorrer graças à mudança comportamental dos jovens, que cada vez menos se preocupam em adquirir um imóvel.

Para Lopes, esse perfil de cliente valoriza a possibilidade de se mudar sempre que necessário e não pensa em assumir o pagamento de uma hipoteca por décadas. ;Ele quer viver a vida hoje, está se casando mais tarde, muitos nem compram mais um carro e a aquisição de uma casa é algo que acaba ficando para depois.;

Lopes garante que a companhia terá condições de capturar novos clientes e crescer rapidamente no mercado americano. Hoje, segundo o executivo, seus concorrentes cobram, em média, um aluguel de cerca de US$ 2,3 mil, enquanto a AHS pratica um valor médio de US$ 1,5 mil. ;Estaremos sempre à frente de quem tentar nos copiar.; (PP)

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