Agência Estado
postado em 11/09/2019 13:28
A economista e coordenadora do Boletim de Macroeconomia do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), Silvia Matos, disse esperar que economia brasileira cresça 1,1% este ano. Ela participou na manhã desta quarta-feira, 11, do Seminário FGV Ibre - Estadão: Perspectivas 2019 - 3º Trimestre.
Antes de anunciar sua projeção de crescimento para este ano, Silvia destacou que sempre descartou a ocorrência de recessão técnica no segundo trimestre. Ao contrário, afirmou que esperava alguma retomada. "A retomada gradual no cenário de confiança e a melhora nas condições financeiras corroboram este cenário", disse a economista.
De acordo com Silvia, com exceção da indústria, todos os setores da economia mostraram melhora nas expectativas. Para o terceiro trimestre, no entanto, o cenário se mostra mais desafiador, podendo reduzir crescimento por causa de, entre outras coisas, a recessão na Argentina.
Para 2020, o Ibre mantém a projeção de 1,8% de crescimento do PIB. "Nunca esperamos crescimento muito grande para 2020 por causa da piora do cenário externo", disse Silvia.
Com relação à inflação, a economista espera que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique abaixo de 3,5%, o que deverá ampliar o espaço para o Banco Central (BC) continuar reduzindo a taxa básica de juros.
Desemprego
A taxa de desemprego, segundo Silvia Matos, deve perder espaço nas manchetes para a contínua queda da renda. "A taxa de desemprego não é tão importante", disse a economista ao ser perguntada sobre como vê a taxa de desemprego no final do ano.
De acordo com a economista, a taxa de desemprego vai continuar caindo muito lentamente. E a razão para essa lentidão da queda prevista da taxa do desemprego é a volta das pessoas às ruas na busca de uma vaga de emprego.
"As pessoas estão voltando a procurar emprego, tentando resolver o problema do desalento", disse a economista do Ibre, para quem este fenômeno está acirrando a competição no mercado de trabalho, o que leva à redução da renda.
A taxa de desemprego, segundo os parâmetros da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad Contínua) está em 11,8%.