Jaqueline Mendes
postado em 13/09/2019 06:00
São Paulo ; Nada de passe, moedinhas ou bilhete único. A partir deste fim de semana, usuários do transporte público de ônibus da cidade de São Paulo poderão pagar com cartões de crédito e débito das bandeiras Visa e Mastercard. Se o projeto for bem-sucedido, as empresas deverão levar a tecnologia a outras capitais brasileiras.
O pagamento será feito por cartão, celular ou qualquer outro dispositivo que tenha a tecnologia de pagamento por aproximação, como smartwatches ou pulseiras de pagamento. ;A tecnologia de pagamento por aproximação trará agilidade e praticidade para a cidade, já que é cerca de 10 vezes mais rápida que o pagamento em dinheiro;, diz João Pedro Paro Neto, presidente da Mastercard para Brasil e Cone Sul. ;Agora, até os turistas poderão usar o transporte público da cidade sem se preocupar em ter que trocar dinheiro ou em comprar passagens antecipadamente;.
O novo sistema de pagamento replica a tecnologia já adotada em grandes metrópoles do mundo, como Nova York, Londres, Sydney e, mais recentemente, Miami. No Brasil, o sistema também foi implementado pela Mastercard nos trens do Rio de Janeiro.
Segundo dados da Visa Consulting & Analytics, São Paulo é a cidade com maior uso da solução em todo o país. Esse número cresceu mais de 600% se comparado ao ano passado. Os segmentos com maior número de transações por aproximação na cidade são restaurantes, padarias e supermercados, o que indica que o consumidor usa a tecnologia em compras recorrentes por entender sua segurança e comodidade.
;O impacto do pagamento por aproximação vai além do transporte público, que funciona como um catalisador do uso da tecnologia;, diz o diretor-geral da Visa no Brasil, Fernando Teles. ;Em nossa experiência no Brasil e no mundo, testemunhamos mudanças no comportamento dos consumidores e dos estabelecimentos comerciais assim que lançamos soluções como essa da SPTrans, como o aumento do uso do pagamento eletrônico em detrimento do dinheiro em papel, que leva segurança, agilidade e uma melhor experiência de compra e venda para as cidades.;
Na disputa das bandeiras para se posicionar como pioneira no segmento, a Mastercard afirma ter expertise para tornar o projeto-piloto de São Paulo um cartão de visita para o restante do país. ;Temos diversos cases bem-sucedidos e bastante diversificados na integração dos pagamentos por aproximação ao transporte público em pequenas e grandes cidades;, diz o presidente da Mastecard.
Em Londres, na Inglaterra, a empresa ajudou a implementar o sistema em 2014, e o pagamento por aproximação com cartões responde atualmente por 55% das viagens realizadas no metrô, um dos mais movimentados do mundo nos horários de pico. Segundo o executivo, ao todo são mais de 21,6 milhões de viagens por semana usando pagamentos por aproximação. ;Isso representa uma economia de mais de 100 milhões de libras por ano;, afirma Paro Neto.
A empresa também foi a primeira a lançar a tecnologia de pagamento por aproximação no transporte público na América Latina. Em 2017, o sistema começou a operar na cidade de Jundiaí, no interior paulista. Ao instalar a tecnologia em toda a frota de ônibus local, a cidade permitiu aos usuários pagarem a passagem com cartões e wearables (acessórios como relógios e pulseiras), apenas encostando nos validadores.
Na capital paulista, a novidade anunciada nesta quinta-feira (12/9) funcionará em aproximadamente 200 ônibus de 12 linhas da cidade, em um projeto-piloto de três meses de duração. A novidade permitirá economia de tempo para o consumidor, além de facilitar a vida dos turistas que visitam a cidade de São Paulo e gerar maior fluidez no embarque.
;No metrô do Rio de Janeiro, o número de transações por aproximação realizadas nas 41 estações vem crescendo quase 60% a cada mês;, diz Teles, da Visa. ;Isso prova que benefícios como conveniência, rapidez e segurança são prioridades para as pessoas. Para se ter uma ideia do sucesso desse projeto, 94% dos consumidores que usam a solução no transporte público seguem usando a inovação como hábito. Tenho certeza que em São Paulo não será diferente;.