Agência Estado
postado em 13/09/2019 21:24
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que aceitou a demissão de Marcos Cintra, ex-secretário da Receita Federal, para acabar com especulações da imprensa sobre o retorno da CPMF e para resguardar o presidente Jair Bolsonaro, em fase de recuperação após cirurgia.
O ministro argumentou que "num momento particularmente frágil", Bolsonaro ligou do hospital, onde está internado e manifestou contrariedade com notícias sobre o retorno do imposto. "A visão é de um homem entubado, visivelmente precisando de tranquilidade, de recuperação física, de novo (veio o tema da) CPMF", acrescentou. Guedes disse que a equipe econômica estava apenas fazendo simulações e que não há um desenho fechado da nova tributação.
"Não foi o presidente que pediu a cabeça (de Cintra). As versões são que o presidente exigiu. O presidente não exigiu nada. Eu mesmo me antecipei e falei com o Cintra que nós combinamos que não era para falar nisso (novo imposto). E ele respondeu que o secretário é que detalhou o estudo", disse Guedes em coletiva com correspondentes internacionais, nesta sexta-feira.
Questionado se o novo imposto ainda está em estudo, após a demissão de Cintra, Guedes evitou retomar o tema. "Afastei alguém para não conversar sobre isso. Quem falou sobre isso na última vez foi demitido", complementou.
Segundo o ministro, o que está em estudo é a criação de um imposto que deve incidir sobre o pagamento de bens e serviços. Ele negou que significará um crescimento da carga tributária, porque outros tributos devem ser extintos. "Os dois têm a mesma base, são transações, mas são impostos diferentes. A CPMF incidia sobre movimentações financeiras, esse não. Esse incidiria sobre pagamentos de bens e serviços, ou seja, também vale para o pagamento em dinheiro", afirmou.