postado em 14/09/2019 04:04
A sexta-feira 13 foi marcada pela aversão ao risco dos investidores. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), despencou apagando os ganhos da semana. A sessão registrou baixa ainda pela manhã com os dados do varejo dos EUA e retração dos níveis de atividade do Banco Central (IBC-Br), mas acelerou as perdas no fim do dia, após falas do ministro da Economia Paulo Guedes. O índice terminou com queda de 0,83% a 103.501 pontos, enquanto o dólar comercial registrou alta de 0,66%, cotado a R$ 4,087.
Guedes afirmou que o presidente Jair Bolsonaro já vetou a criação de uma nova CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). ;Eu dizia: se você tiver que cair um dia que caia junto com o imposto;, disse sobre a exoneração do então secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra. A declaração gerou cautela no mercado, tendo em vista que a equipe econômica é favorável à medida.
Repercutiu também o número negativo do IBC-Br, que interrompeu a sequência de alta, desanimando os investidores. O índice de julho teve queda de 0,16%, contrastando com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o mesmo mês, que registrou crescimento de 1% nas vendas do varejo e o avanço 0,8% no setor de serviços. O resultado negativo veio da indústria, queda de 0,3%.
;Na quinta-feira, registramos a máxima dos últimos dias na bolsa, assumindo uma pontuação que havia muito não se via. Tinha tudo para ser uma sessão tranquila, mas surgiu uma cautela da parte dos investidores quanto às decisões da política monetária semana que vem. Essa fala do Guedes causou incerteza quanto à continuidade da proposta fiscal, gerando a fuga de capitais para ativos mais seguros, como o dólar;, destaca o analista da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman.
Nos Estados Unidos, o desempenho do varejo cresceu 0,4% em agosto ante julho, acima do esperado pelos analistas, o que causou o enfraquecimento das ações no Brasil, devido ao temor de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) não reduza a taxa de juros na reunião na próxima semana. O Comitê de Política Monetária (Copom), no Brasil, também tem reunião marcada para discutir a questão na ;superquarta;, apontada como o principal dia da semana para o mercado.
* Estagiária sob supervisão de Rozane Oliveira