postado em 18/09/2019 04:14
O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou ontem que o governo vai descontingenciar R$ 8,3 bilhões do Orçamento Federal. Segundo ele, hoje haverá uma conversa para que, até o fim desta semana ou início da próxima, as portarias e o decreto já estejam prontos para a redistribuição do montante. ;É aquilo que a gente sempre disse, que não havia cortes, particularmente na educação. Sempre dissemos que o contingenciamento é uma poupança. Quem sai para viajar por 10 dias e tem R$ 1 mil no bolso não gasta os R$ 1 mil no primeiro, segundo dia, guarda para terminar a viagem. O Orçamento é uma viagem ao longo de todo o ano;, destacou.
Nelson Marconi, professor de Economia da FGV/SP e ex-assessor econômico de Ciro Gomes em 2018, avalia que apesar de o montante de R$ 8 bilhões ser significativo para o país, não será suficiente para resolver a situação geral. ;Serve para uma parte das despesas do dia a dia, como o corte de bolsas, por exemplo. Mas para investimento e infraestrutura, não adianta;, explicou. Segundo Lorenzoni, cerca de R$ 1,9 bilhão do descontingenciamento irá para o Ministério da Educação. ;Vai tudo ficar bem, como a gente disse que ia fazer;, afirmou.
O descontingenciamento do governo será possível em decorrência de resultados positivos em alguns setores que têm surpreendido na economia, como a arrecadação da Receita Federal e o lucro de estatais. Além de a equipe econômica esperar que o mês de agosto registre uma arrecadação extraordinária, o Ministério da Economia já confirmou que as cinco maiores empresas estatais ; Petrobras, Banco do Brasil, BNDES, Caixa Econômica Federal e Eletrobras ; apresentaram, juntas, lucro líquido de R$ 60,7 bilhões no primeiro semestre de 2019. Segundo Marconi, o lucro de estatais não deveria servir para resolver problema fiscal. ;A lógica não deveria ser vender estatal para arrumar recurso em curto prazo, ainda mais se a estatal está lucrativa;, defendeu.