postado em 19/09/2019 04:04
Desde julho, quando o Copom reduziu a Selic de 6,5% para 6%, a taxa básica de juros da economia brasileira é a menor da série histórica do Banco Central, que começou em 1986. A Selic serve como referência para as demais taxas cobradas no mercado. O corte de ontem, para 5,5%, refletiu no mercado. O ItaúUnibanco anunciou o repasse integral da redução de 0,5 ponto percentual em empréstimos do banco.
Segundo a instituição financeira, para pessoa física, a redução será no empréstimo pessoal e, no caso de pessoa jurídica, no capital de giro. A taxa mínima da linha de crédito imobiliário passa a ser de 8,1% mais TR e não a partir de 8,3% mais TR.
;O objetivo da redução dos juros é que as pessoas consumam mais, para estimular a economia. A ideia é que o custo de manter o dinheiro investido não esteja tão atrativo;, disse o coordenador do curso de economia do Iesb, em Brasília, Riezo Almeida.
Na avaliação do professor, a redução dos juros nos Estados Unidos, divulgada antes da decisão o Copom, ajudou na tomada de decisão no Brasil, pois evita que investidores retirem recursos do país para aplicar no mercado americano. Para ele, com o avanço na tramitação da reforma da Previdência, a confiança no Brasil aumenta e não é preciso oferecer juros tão altos para manter investidores.
Nos Estados Unidos, antes de anunciar o corte dos juros, o Federal Reserve (Fed) também anunciou medidas de intervenção no mercado, pela primeira vez desde a crise de 2008, com a compra de ativos. O objetivo foi evitar forte aumento nos empréstimos de curto prazo. Na terça-feira, o Fed de Nova York gastou US$ 53 bilhões para aumentar a liquidez do mercado monetário.
Embora defendesse a redução dos juros, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou a decisão no Twitter, já que defende que o banco central americano dê estímulos adicionais à economia e promova uma redução mais agressiva da taxa de juros, como ocorreu na Zona do Euro, onde os juros foram zerados. (CD)