postado em 19/09/2019 04:05
Em linha com a condução de política monetária de vários países, que têm adotado medidas de estímulo à economia, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, e o Federal Reserve (Fed), que é o banco central dos Estados Unidos, confirmaram as expectativas de mercado e decidiram baixar, novamente, a taxa básica de juros das respectivas economias. Por unanimidade, o Copom reduziu a Selic de 6% ao ano para 5,5%. Já o comitê de política monetária americano (Fomc) se dividiu. Três dos 10 membros foram contra a redução dos juros de 2% ao ano para 1,75%.
A Superquarta, como o duplo corte na taxa de juros é conhecido no mercado brasileiro, já era esperada pelo mercado. ;O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e balanço de riscos para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta, no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui o ano-calendário de 2020;, diz a nota divulgada ontem pelo Banco Central.
Para Ivo Chermont, economista-chefe da Quantitas, o plano de voo do Copom é promover uma nova baixa de 0,5 ponto percentual na próxima reunião, em novembro. ;Dado o quadro em todos os cenários, sem nenhuma perspectiva de choque, a previsão é de nova redução, mesmo se o dólar se mantiver no patamar acima de R$ 4, como mostra a nota do Copom, disse.
;No cenário com trajetórias para as taxas de juros e câmbio extraídas da pesquisa Focus, as projeções do Copom situam-se em torno de 3,3% para 2019 e 3,6% para 2020. Esse cenário supõe trajetória de juros que encerra 2019 em 5% ao ano e permanece nesse patamar até o final de 2020. Também supõe trajetória para a taxa de câmbio que termina 2019 em R$ 3,90 e permanece nesse patamar até o fim de 2020. No cenário com juros constantes a 6% ao ano e taxa de câmbio constante a R$ 4,05, as projeções situam-se em torno de 3,4% para 2019 e 3,6% para 2020. O cenário híbrido com taxa de câmbio constante e trajetória de juros da pesquisa Focus implica inflação em torno de 3,4% para 2019 e 3,8% para 2020;.
O recuo na Selic aconteceu mesmo com a recente alta no preço do petróleo, que atingiu picos, parcialmente recuperados, no mercado internacional, com reflexos no preço dos combustíveis no Brasil, provocada pelos ataques a instalações da petroleira estatal Aramco, na Arábia Saudita, no último sábado.