Economia

Em meio a tensões externas, dólar fecha a R$ 4,17 e Ibovespa tem nova queda

O principal índice da B3 encerrou o pregão em queda 0,17%, a 104.638 pontos

Thaís Moura*
postado em 23/09/2019 20:46
nota de dólarDiante da guerra comercial entre Estados Unidos e China, e de olho em falas do Federal Reserve (o banco central norte-americano), a cotação do dólar fechou a R$ 4,17, com alta de 0,41%, nesta segunda-feira (23/9). Influenciado por preocupações acerca do ritmo da economia global, o Ibovespa também fechou em queda de 0,17%, a 104.638 pontos.

No fim do domingo (22/9), após autoridades chinesas desistirem de visitar fazendas americanas, o Ministério do Comércio da China afirmou que conversas comerciais "construtivas" com os EUA foram mantidas. Para analistas, o movimento de ontem dos mercados foi provocado por essa tensão entre a China e os EUA, somada ao colapso de uma agência de turismo britânico (Thomas Cook) e à dados negativos sobre a produção industrial e de serviços da Europa, que vieram piores que o esperado.

Para o analista da Guide Investimentos, Luís Sales, os mercados não foram afetados por questões internas no dia de hoje. Ele ressaltou que a fala de um presidente distrital do Fed (de que a desaceleração da economia norte-americana pode ser maior que o previsto) afetou principalmente a cotação do dólar, que deve permanecer em alta. "O movimento de hoje não trouxe muitas surpresas. Tudo que influenciou o Ibovespa e o dólar aconteceu basicamente lá fora. A questão do Oriente Médio e a notícia de que a Arábia Saudita deve restaurar a produção de petróleo na próxima semana ainda podem ter tido um certo choque nisso", disse o especialista.

Já o economista da BlueMetrix Ativos, Renan Silva, explicou que o movimento era esperado pelas instituições financeiras. "As negociações entre os EUA e a China vieram de forma antecipada e geraram uma certa tensão para o mercado, o que justifica a pressão cambial. Sobre o Ibovespa, algumas ações ainda são atrativas, mas o ambiente externo não corrobora para maiores investimentos, principalmente por causa dos sinais de desaquecimento da economia global", afirmou.

"A produção industrial global tem sido decrescente nos últimos semestres, tanto que fez com que os EUA baixassem suas taxas de juros para tentar uma recompensação, isso preocupou o mercado. As tensões no Oriente Médio também continuaram, e por isso, ainda não temos uma definição do tipo de risco que pode se esperar disso", destacou o economista.

*Estagiária sob supervisão de Leonardo Cavalcanti

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