Promover a educação fiscal e financeira desde a infância, além do acompanhamento cidadão das políticas públicas é o que promete o projeto Em Busca do Tesouro, lançado quinta-feira (3/10), pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), do Ministério da Economia. O material é composto por gibis, físicos e digitais, da Turma da Mônica e foi confeccionado em parceria com o Instituto Cultural Mauricio de Sousa. A fase piloto do programa, que começa no primeiro semestre de 2020, tem como objetivo atingir mais de 30 mil crianças e 150 escolas da rede pública do Distrito Federal (DF).
O público-alvo da campanha são crianças entre 9 e 11 anos, dos 4; e 5; anos do ensino fundamental. ;A difusão desses conhecimentos influenciará positivamente as escolhas da sociedade no futuro, fazendo com que as ações públicas tenham mais efeito;, diz o líder do programa Tesouro Educacional Antonio Barros.
O projeto será expandido para as escolas de todo o país no segundo semestre de 2020, após as fases de testes no DF. A expectativa é que até 2021 tenha chegado a 2 milhões de crianças. De acordo com Barros, a expansão para as outras escolas irá ocorrer após a aferição da reação dos estudantes por meio de avaliação cognitiva, que permite saber se o conteúdo foi absorvido.
Tanto as revistinhas, quanto todo o material digital do projeto, são gratuitos e podem ser encontradas no site embuscadotesouro.tesouro.gov.br. As histórias ensinam a criança sobre temas como o que é receita e despesa, o que é imposto, quem financia o governo, por que é tão importante poupar e contribuir, o que os governos fazem com o nosso dinheiro e como cobrar a sua boa aplicação. Também é disponibilizado um manual do educador e um minicurso, on-line e com certificado, direcionado aos professores que desejam implementar o conteúdo em sala de aula.
A produção do material utilizou cerca de R$ 140 mil, até o momento. Segundo o Barros, é o menor valor possível com a Turma da Mônica como canal de sensibilização e distribuição. ;O Instituto do Mauricio de Sousa abriu mão da cobrança de 100% do valor referente a direitos autorais;, diz Barros.
Em relação à distribuição de versões impressas, há um custo reduzido que precisa ser financiado. A adesão das escolas particulares ao projeto ocorre da mesma forma que as públicas, mas restando a discussão sobre os custos, no caso de ser necessária a versão impressa dos materiais.
As escolas públicas em que serão distribuídas o material do projeto foram disponibilizadas pela secretaria de Educação do DF, por meio do Termo de Cooperação Técnica. ;Nós vamos ter a tarefa de mostrar que o Tesouro é feito por todos nós, construído por todos os cidadãos. E é esse Tesouro que vai financiar os serviços que o Estado fornece, o salário do professor, a Saúde pública, construções de escolas e etc.;, afirmou o secretário da instituição João Pedro Ferraz, durante o lançamento.
De acordo com José Luís Oreiro, professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília, a educação financeira e fiscal é de suma importância para evitar que as pessoas façam grandes dívidas no futuro, como com cartão de crédito e parcelamento. ;É fundamental para a cidadania as pessoas saberem para onde vai os impostos que pagam e o que eles são;. O professor defende que outro projeto de mesmo objetivo seja implementado no segundo grau, para garantir ainda mais a educação do cidadão.
A estreia do projeto contou com a presença de mais de 200 crianças, além de pais e professores, no Instituto Serzedello Corrêa. Esteve presente o quadrinista Maurício de Sousa, criador da Turma da Mônica. Caso possua alguma sugestão de conteúdo ou história, o projeto disponibilizou o e-mail ebt@tesouro.gov.br.
*Estagiária sob a supervisão de Vinicius Nader