Agência Estado
postado em 08/10/2019 18:56
O pessimismo em relação às negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China que já se arrasta desde segunda-feira foi reforçado nesta terça-feira pela restrição por Washington de vistos de autoridades do governo chinês sob acusação de violação de direitos humanos, derrubando as Bolsas de Nova York a perdas de mais de 1%.
O índice Dow Jones fechou em queda de 1,19%, aos 26.164,04 pontos, o S 500 perdeu 1,56%, aos 2.893,06 pontos, e o Nasdaq recuou 1,67%, aos 7.823,78 pontos.
"Operadores de moedas esperam um avanço comercial esta semana, mas ações dos EUA sugerem que o governo de Donald Trump está jogando duro", escreve a diretora-gerente de estratégia de câmbio da BK Asset Management, Kathy Lien.
Durante a tarde, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, anunciou a restrição de vistos a autoridades do governo chinês e seus familiares por instituir uma "campanha altamente repressiva" contra minorias muçulmanas no território autônomo de Xinjiang.
Trata-se, segundo o comunicado, de uma medida complementar à inclusão pelo Departamento do Comércio de 28 empresas e órgãos governamentais da China na lista que limita o acesso dessas entidades a fornecedores nos EUA - tudo isso a dois dias da retomada das negociações comerciais sino-americanas em alto escalão, em Washington.
Wall Street até ensaiou uma recuperação durante o discurso em que o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, afirmou ter chegado a hora de o banco central começar a aumentar o seu balanço de ativos para gerenciar recentes problemas de liquidez no mercado de financiamento interbancário de curtíssimo prazo, o mercado de repo.
O banqueiro central insistiu que essa não é uma retomada do programa de compras de ativos em larga escala conhecido como QE, sigla em inglês para afrouxamento quantitativo. De qualquer forma, a desaceleração das perdas nos índices acionários nova-iorquinos com o discurso de Powell teve fôlego curto, e as bolsas rapidamente se deterioraram com as perspectivas pessimistas para a retomada das discussões sino-americanas no comércio.